quinta-feira, 30 de junho de 2005

Madagascar

Marty, a zebra tube rider

Eu não sei vocês, mas eu sou fissurado por filmes de animação. Toy Story, Monsters, Shreck, The Incredibles, todos eles! Agora que tenho uma filha pequena, ainda ficou muito mais fácil explicar meu prazer em assisti-los inúmeras vezes. Se acrescentarmos aí a facilidade de se alternar entre dublado ou legendado na hora de assistir, bom, daí é piada. Acrescente aí os extras...nossa! Também procuro, sempre que possível (e não tem sido muito ultimamente) assistir a primeira vez sempre no cinema.

E foi exatamente o que fiz esta semana. Assisti na telona, Madagascar da DreamWorks. E posso garantir: me diverti muito. Cheguei a ficar com cãimbra no carrinho de tanto rir.

Mas a razão de eu estar falando neste assunto é porque lá pelas tantas, sem aviso nem nada, Marty, a zebra malandra dublada pelo engraçado Chris Rock pega um tubásso alucinante. O melhor de tudo é que a prancha usada, na verdade são duas, ou melhor, dois...golfinhos!

Se você curte este tipo de filme, como eu, corra para o cinema ou alugue o DVD. Mas se você, não é muito chegado "nestas coisas infantis" (apesar de ser uma estória para adultos, inclusive classificada como PG), dê o DVD de presente para o seu sobrinho e assista só a sequencia da chegada da zebra em Madagascar.

Melhor que muito filmezinho de surfe por aí. Garantido.

Ainda sobre a "pesca de gente"

Texto: C. Eduardo “Gringo” Patussi
Ilustração: Farra da Bóia Torrano / Wavetoon

Tenho uma mania desde guri, de ler e folhear revistas velhas, principalmente as que mais gosto (minha coleção de publicações de surf) e releio atentamente matérias antigas que não lembrava mais. Ou lembrava e as vejo (e interpreto) por um novo ângulo.

Pois numa manhã dessas com um belo sol e ondas péssimas o Giovanni me pediu para relatar as evoluções que tivemos com a recente mobilização em busca de um fim para as mortes de surfistas em redes no nosso litoral (já são 45 pelas contas do governo, mas tem gente envolvida na causa que afirma serem 50) e com a formação do movimento União pelo Surf (numa inédita reunião de vários segmentos do mercado, divulgada "a rodo" nos sites de surf locais).

Mas e a mania? É que eu estava folheando a revista “Na Real” (a edição de Tramandaí - pena que ficou só nessas, espero que o Rafa esteja com algo no forno) e logo na primeira página está a matéria comparando as opiniões do presidente da FGS com as da Comissão Surf Seguro.

Domingo passado, dia 17 de junho, houve um debate no Cult Bar e, pelo que foi debatido lá, as posições permanecem iguais, mas conseguimos evoluir (nós, que surfamos abaixo do Mampituba): Agora a comissão tomou forma de movimento, juntaram-se empresas, mídia, movimentos e instituições com o propósito de (mais uma vez e não vou cansar de repetir) acabar com as mortes de surfistas presos em redes.

O movimento é administrado por um grupo de pessoas muito gabaritadas (gente com “pedigri”, tanto profissionais do meio como outros simples amadores do esporte) e determinadas, também cheias de boas intenções. Tem gente ali com mais de uma dúzia de anos na luta pela causa.

Mas e a mania? Pois é. Me paro diante do mesmo fato uns anos depois (não sei exatamente de quando é a revista) e vejo que nas outras vezes os avanços foram mínimos, o movimento esfriou e puff! Sumiu, perdeu-se na rotina dos dias. Mas desta vez não. Já avançamos alguns passos: conseguimos uma audiência pública na Câmara de Deputados, o apoio de alguns deputados envolvidos com esportes, tivemos a promessa do governador em fazer um decreto que muito nos ajudaria (mas o sujeito puxou o bico na última hora - "e os votos dos pescadores", pensou o dito cujo), mas o maior avanço que vejo é justamente a união que criou-se, o movimento com orçamento e campanha para captação de recursos etc...coisa organizada, bonito de ver.

Só que estamos recém no meio da peleia e, como diz a música, “não podemo e não vamo se entrega pros homi de jeito nenhum”. Para isso não podemos deixar passar essa oportunidade, essa união e esses pequenos mas importantes avanços em 2005.

Mas e a mania? Pois é, então imagina daqui uns dois anos mais, pegar essas publicações de hoje e já tendo esquecido esses infelizes fatos, ficarmos perplexos de recordar que em 2005 ainda se pescava gente na costa pampeana. Que absurdo!!!!!

segunda-feira, 20 de junho de 2005

Vale a leitura!

Tom Curren, o mestre.

Se o Rafael Mellin passasse uma procuração para o Júlio e este resolvesse cobrar por cada visita ao seu blog, ainda assim você deveria ler (e pagar para ler) este e-mail do vídeo maker, direto das Maldivas. Valeria cada centavo.

Clica aqui e deleite-se

Galvao besta!

Definitivamente minha paciência com o narrador global, Galvão Bueno, esgotou-se. O cara é uma besta!

Neste final de semana que passou o Volei brasileiro surrou Portugal para botar as coisas em ordem na liga mundial (o Brasil havia perdido para este mesmo Portugal há algumas semanas e estava em segundo lugar na classificação da chave - que só classifica o primeiro).

Além disso, na Costa do Sauípe, os brasileiros Neco Padaratz e Adriano "Mineirinho" de Souza, acabaram com a gringalhada e fizeram uma final 100% verde-amarela na etapa do mundial de surfe WQS (World Qualifying Series).

Depois destas duas alegrias no domingão, assisti o óbvio repetir-se: Rubinho Barrichello ficar na poeira do Schumacher no Grande Prêmio de Indianápolis, nos EUA, e a Seleção Brasileira de futebol cair do seu salto e perder para a seleção Mexicana na Copa das Confederações, na Alemanha. Grande coisa. Rubinho nunca mereceu ganhar do alemão e a seleção de futebol faz horas que vem mostrando falta de fôlego.

Ainda assim tive que ouvir a besta dizer que havia sido um domingo "horrível para o esporte brasileiro".

Ora Galvão, vá plantar batatas! Não existe besta mais besta do que tu!

sexta-feira, 17 de junho de 2005

Surfando tsunamis

JB Online | Coluna Conexão Blogger | Cid Andrade

Quase um semestre depois do desastre, o mundo inteiro - e é claro, principalmente a Ásia, ainda escuta ecoarem as ondas gigantes que varreram do mapa cidades inteiras e tiraram a vida de milhares de pessoas. A exemplo do que o atentado de 11 de setembro de 2001 já havia prenunciado e que a guerra no Iraque veio confirmar, também por ocasião das tsunamis, os blogs tiveram um papel fundamental na difusão de informações atualizadas e descentralizadas. Graças aos blogs, muitos puderam pedir socorro, aglutinar empreitadas de ajuda e resgate, informar a real situação das comunidades devastadas, e por que não dizer, pautar boa parte do noticiário internacional. Foi-se o tempo em que as agências de notícias eram a fonte de praticamente toda a grande imprensa: hoje, mesmo as agências de notícias sabem que estão nos blogs uma parcela considerável das notícias fresquinhas e dos furos de reportagem.

Este é um dos aspectos que torna bastante interessante um projeto chamado Indodoc, da Lanho Produções. É um blog que vai registrar todos os bastidores e as impressões de uma equipe brasileira que partiu para a Ásia com a missão de gravar um documentário sobre o desastre e a atual situação das cidades atingidas pelo maremoto. O nome faz alusão à Indonésia, uma das principais locações do projeto, realizado por uma galera bem acostumada a lidar com ondas gigantes: os ''Lanhos'' são todos jovens empreendedores cariocas, que têm o esporte (em especial o surf) como paixão comum. O grupo resolveu unir forças e afinidades em projetos diversos como uma marca de roupas - que em pouco tempo se tornou uma das referências em street wear no Rio de Janeiro - uma banda de pop rock e uma produtora de vídeos de surf, a tal da Lanho Produções, que num curto espaço de tempo não só fez renascer o gênero em terras brasileiras, como lançou produções que têm alcançado reconhecimento internacional por conta da qualidade técnica e da substância que apresenta.

Deixe de lado todos os preconceitos: os ''Lanhos'' estão longe de qualquer estereótipo surfista ''qualéeee brou...'' que você conheça, bem como longe do cliché ''filhinhos de papai que resolveram brincar de empresários''. Os caras estão dando a cara a tapa e têm feito seus projetos avançarem à custa de idéias boas e oportunas, além de muito suor, é claro. Pois agora vão desbravar as terras do sol nascente, o que nos dará a ótima oportunidade de ter notícias vistas por um prisma que transcenda o noticiário factual com que estamos acostumados.

''No dia 9 pegamos um vôo para Ho Chi Ming (ex-Saigon), no sul do Vietnã e em 9 dias de trem chegamos a Hanói (capital do Vietnã), no norte. No dia 18 pegamos um vôo para Bali. Eu fico surfando em Bali ate dia 5 de agosto, quando, na companhia do Leo, do Pesca e do Elisio, pego um vôo para o norte da ilha de Sumatra (epicentro do tsunami de dezembro e do terremoto de 8.7 graus de março) para a produção de um documentário sobre os efeitos dessas catástrofes e o processo de recuperação das regiões mais atingidas da Sumatra. Todo o processo de produção desse documentário pode ser acompanhado pelo site'', postou Felipe Chagas.

quarta-feira, 8 de junho de 2005

A história do Backdoor

Coluna do site Ondas do Sul | Abril 2005
Ilustração do Torrano | Wavetoon

Alguma vez você se perguntou de onde surgem os nomes dos picos? É lógico que cada nome possui uma história por trás. Mas nem sempre a gente tem acesso a estas lendas.

Lembro que quando surfei pela primeira vez na Ferrugem, em Garopaba, na verdade o acesso ao pico era feito através da Barrinha, que era o pico conhecido. Na época, a Ferrugem ainda não havia sido batizada. Era um secret, ao menos para nós. Os surfistas se referiam a ela como "o outro canto da Barra". Mas a história deste pico, assim como a da maioria dos que já surfei, eu não conheço.

A história que eu conheço é a do surfe "Tramiliense". Eu estava lá, surfando a direita do "sovaco", no lado sul da plataforma quando a guerra iniciou nas Ilhas Malvinas. Eu vivi a experiência de ver o pico ser batizado de Malvina, pois a brincadeira era de que as direitas "power" que estavam entrando vinham direto das Malvinas. "É o swell das Malvinas" brincava a galera no pico. E o nome pegou, com uma pequena variação: em vez de Malvinas (como os pouco frequentadores do pico costumam falar), Malvina. E mais: a onda da Malvina é aquela que quebra exatamente no "sovaco", na linha do "T". Geralmente sua melhor formação é com um nordestinho bem fraco, que faz a volta por baixo dos pilares e pega quase de frente ao trem de direita que se forma ali, nos dias em que tudo se encaixa. Todas as outras ondas que quebram no lado sul, erradamente chamadas de Malvina, na verdade apenas estão quebrando lá "no lado da Malvina". Quem já pegou uma Malva clássica sabe que é até uma ofensa chamar qualquer outra onda por este nome...

Mas e o Backdoor? A história do Backdoor é um pouco mais, como direi, íntima. Ocorre que nos tempos do nascimento da Malvina, não me lembro de ver boas ondas no lado norte do pier. Claro que provavelmente elas estavam lá, apenas não percebíamos.

Preciso chamar a atenção do leitor para o fato de que o fundo ao redor da plataforma estava num período de profundas mudanças, pois não fazia muito tempo que ela havia sido aumentada e o "T" construído.

Então, num dia de vento sudoeste, corrente fraquinha de sul, estávamos o Alexandre "Super" Strunz e eu, tentando achar alguma coisa surfável na Malvina e nada. As ondas teimavam em engordar e o pior: estavam tortas, viradas em direção aos pilares. E volta e meia víamos uma esquerda do outro lado que parecia bem surfável. Nos olhávamos e deixávamos pra lá. Na verdade, não tínhamos noção que estava rolando um Backdoor daqueles.

Mas depois de muito insistir e não conseguir pegar nenhuma onda que preste na Malvina, resolvemos "dar uma chance" para o outro lado.

Ao nos posicionarmos no pico, percebemos que aquela corrente fraquinha de sul que tinha na Malvina, neste lado não existia. Também dava pra notar que estava bem mais liso, pois os pilares filtravam aquele vento sudoeste.

Quando entrou a primeira série, não acreditamos. Era incrível como não havíamos percebido a perfeição daquelas ondas enquanto estávamos na Malvina (isto acontece ainda hoje. As vezes tenho a impressão que os pilares tem o poder de ofuscar a visão de quem está do outro lado).
Não lembro qual dos dois entrou na primeira. De qualquer maneira, as séries tinham várias ondas e só estávamos nos dois no mar (bons tempos).

A esquerda tinha uma primeira sessão em pé, perfeita para batidas e snaps, depois entrava numa parte do banco mais funda e dava uma engordada. Nesta sessão, executávamos cutbacks e tínhamos todo o tempo do mundo para ajeitar a base para entrar na última sessão da onda, já no côco, onde ela se transformava num expresso tubular que terminava no canal.
Ao voltar da nossa primeira onda, sentados no pico, meio tontos com a experiência, nos olhamos e começamos a brincar que havíamos encontrado o "backdoor da Malvina".

E o nome pegou. Na verdade era uma onda muito mais longa do que a Malvina. Como descrevi antes, ela iniciava na linha do "T" e só terminava na beirinha, no canal - sem sessão "mata-barata", sem necessidade de picar a prancha. Era uma onda só, do início ao fim. Uma onda de cansar as pernas. De fazer a cabeça. "Internacional, dizíamos na época.

E naquele ano e nos próximos tivemos o prazer de pegar muitas vezes o pico na sua plenitude. Houve um ano em especial, se não me engano abril, maio e junho de 1985, que o Backdoor quebrou todos os finais de semana. A natureza conspirou e durante três meses, toda sexta-feira entrava uma nova frente fria e a ondulação virava de sul e o vento de sudoeste. Eu lembro que virou rotina dar três banhos por dia, no sábado e no domingo. Também durante aqueles três meses, toda a segunda-feira eu acordava quebrado, moído!

Lembro de um campeonato Interassociações que aconteceu em Tramandaí e, na bateria final da qual fiz parte, na categoria Open, o vento deu a virada para sudoeste e a ondulação já tava daquele jeito. Lembro que no canto do pier, a corrente era muito fraca e como a onda terminava no canal, o surfe no pico era um verdadeiro carrossel.

O problema é que os outros participantes da final, entre eles Sandro Neto, não conheciam os segredos do Backdoor. Conclusão: surfei todas as ondas no pico, fiz pontuações super altas e ganhei o campeonato. Os outros competidores se perderam na corrente e passaram a maior parte da bateria remando.

É uma pena que tanto a Malvina quanto o Backdoor não quebram faz muito tempo. Na verdade não lembro a última vez em que peguei um dos dois picos funcionando. É claro que a todo momento rola um clássico do lado de cá ou do lado de lá. A gente até comenta "que estava clássico no Backdoor ou na Malva", mas é apenas força de expressão.

A boa notícia é que eu acredito profundamente que tudo na natureza é cíclico, e sendo assim, os bons tempos de Backdoor e Malvina clássicos estão voltando. É cruzar os dedos e torcer para este ser o ano!

segunda-feira, 6 de junho de 2005

Sonho real

Capa da Surfing | Julho 05 | Foto: Frieden

Some dream waves do come true é o que diz a legenda da foto na capa da Surfing de julho.
Confesso pra vocês que comecei a sonhar a partir do instante em que vi esta foto.
Procurem uma gota fora do lugar. Eu não encontrei.
Espelho espelho meu, existe onda mais perfeita do que esta...que não faço a menor idéia de onde seja?

quinta-feira, 2 de junho de 2005

Pra completar!

Depois do que escrevi no "post" abaixo, só lendo o que o Julio Adler escreveu no dele pra entender de vez o que está contecendo.

Ainda ontem ouvi um amigo, árbitro de surfe das antigas, criticando a facilidade com que os do WCT estão soltando nove e meios e dez...

Lê ali e vocês vão entender que, na verdade, seria bom a ASP inventar um sistema de notas que vá até 11, 12, 13 pontos!!

O careca já está merecendo tirar uns 12,5 para cada tubo ridículo daqueles...

quarta-feira, 1 de junho de 2005

É dos carecas que elas gostam mais!

Sim senhor! Não tenho mais dúvidas!

O careca Kelly Slater é o preferido de todas elas. Seja onde estiver, elas só querem saber dele. Até aparece uma ou outra bacaninha para o outro competidor da bateria (o coadjuvante), mas as boas, bonitas e gostosas, só tem olhos para ele (como a da foto acima).

E como bom garanhão, o careca devora-as sem piedade. Põe pra dentro com tudo! Não deixa escapar um centímetro sem sua marca.

E tem mais: ele não fica alisando-as. Nada de massagenzinha. É só porrada. É tabefe e bolacha pra tudo quanto é lado. Claro, esta agressividade toda, sempre depois de uma boa metida pra dentro por vários segundos. E elas parecem adorar (e nós de ver).

Agora, assistindo ao vivo na TV, fica bem mais fácil constatar o que estou denunciando aqui. Antes eu ficava sabendo por releases (via e-mail) ou reportagens, já caducas, na TV - e sempre com algum comentarista despreparado narrando-as.

Não mais. Tenho assistido de queixo caído a injustiça da natureza ao vivo na telinha. Injustiça sim, pois o careca já tem seis títulos mundiais e uma infinidade de outras conquistas. Precisava continuar "no mercado" disputando todas com o resto dos pobres coitados do Circuito WCT?

Vai pra casa careca! Escolhe uma destas gostosas e te aposenta. Dá uma chance pros outros! Quem sabe até, um brasileiro começa a ganhar a preferência delas...?

Mas antes o careca precisa dizer que não está mais "pra game".

Game over.

P.S. Sou fã do careca!!