sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Zeca

Zeca, sorrindo de alegria.

Eu era competidor e frequentava as praias de Torres durante os campeonatos. Foi assim que conheci o Zeca, se não me engano vendendo açaí.

Não eramos amigos, mas acho que o respeito era recíproco. E aprendi a admirar o trabalho dele, não só em causa própria para viver do que amava, mas também para tornar o Tow-in uma prática esportiva reconhecida.

Provavelmente venceu muitas barreiras e desafios que fariam você e eu tremermos na base. Ele só não contava com esta. Com certeza não imaginava que seria ele o próximo sorteado da estrada da morte. A BR 101 levou mais uma vida.

Descansa em paz, Zeca.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

O mundo é vermelho!

Quando o Colorado ganhou a Libertadores, eu não perdi tempo: publiquei uma série de textos "comemorativos". Desta vez a euforia somada às festas e eventos de final de ano, me atrapalharam.

Só que recebi um e-mail do amigo Klaus Kaiser, que sintetiza exatamente o que estou sentindo. Sendo assim, faço minhas as palavras do grande "Kaiser Colorado":

"Salve salve Campeões do Mundo!!!

Estou para mandar este e-mail para vocês desde domingo, mas preferi primeiro curtir em toda a sua extensão o título maravilhoso que conquistamos. Foi (e está sendo ainda) uma experiência única, maravilhosa e que eu não quero que termine nunca. Parem o tempo, deixem o Colorado ser o eterno campeão.

Amigos, quando é que eu (e vocês também) iria imaginar, em sã consciência, que nós seríamos campeões do mundo com Abel Braga como técnico, Edinho de volante, Rubens Cardoso na lateral esquerda, Michel no banco e - ACIMA DE TUDO - com gol de Adriano Gabirú. Essa foi pra matar! Pra acabar com qualquer crítico feroz destes aí, como eu. Não vou negar que sempre odiei o Abel, Michel e Adriano. Edinho só a partir deste ano é que foi me convencer e achar que Rubens Cardoso seria o lateral da equipe campeã do mundo foi demais! Todas as minhas convicções contra estes aí foram por água abaixo na manhã de domingo e a partir de hoje, como eu já havia prometido, não falo mais um "ai" de todos eles.

Abel é a partir de hoje o melhor técnico do mundo, mesmo que escale um meio-de-campo com Fabinho, Josimar, Michel e Adriano Gabirú e que tenha Rentería (ô negão ruim!!!) no ataque. Não faço mais nenhuma crítica ao Gabirú, mesmo que ele erre 100 gols na cara do goleiro e erre mais 200 passes de 1 metro. Michel? É o melhor do mundo! Rubens Cardoso é seleção já! E Edinho é o modelo de volante a ser exportado até para o Barcelona ou Real Madrid.

Olha, realmente nós temos que comemorar demais este título e espero que tenhamos ainda muitos e muitos anos de glória pela frente. Parabéns ao Fernando Carvalho & Cia. Eles são foda mesmo! E parabéns para nós, torcedores, que com 1.500 representantes no estádio, calamos 80.000 adversários e empurramos o nosso colorado prá cima dos catalães. Foi lindo ouvir o nosso novo segundo Hino ecoar por toda Yokohama " COLORADO COLORADO, NADA VAI NOS SEPARAR, SOMOS TODOS SEUS SEGUIDORES, PARA SEMPRE VOU TE AMAR". Que festa linda na Goethe, nas ruas de Porto Alegre, em todo o Rio Grande, todo o Brasil e todo o mundo.

Comemorem colorados, pois o mundo é de todos nós. O MUNDO É VERMELHOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!

Klaus Kaiser"

Pedrada: agora sim!

Falei da minha torcida pelo Pedra e assisti ele perder antes de chegar lá. Temi que tivesse que morder a língua, mas achei que ele tinha morrido na praia.

Só que alguns dias depois começaram a pipocar notícias de que ele havia se garantido no WCT 2007. Eu preferi esperar pela confirmação oficial, depois de terminado o Pipe Masters, onde sempre acontece uma confusão de gente caindo e gente se garantindo.

Agora está confirmado. E na minha humilde opinião, temos (mais) um brasileiro com surfe de linha, digno de WCT, de volta à elite. Eu queria tanto que o Pedra conseguisse focar. Queria tanto ver o surfe dele conquistar os resultados que merece...

Torcerei.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Anônimo disse...

Ainda sob a embriaguez daquela final de ontem. Excitado pelo fato de que daqui há poucas horas estarei pegando umas ondinhas, recebo o aviso, através do e-mail, de que há um comentário feito no post anterior.

Daí a triste surpresa: um "machão, cheio de coragem", mas que não assume a própria identidade negando-se a assinar o que escreve, faz (o que pensa ser) uma crítica e acaba apenas confirmando aquilo que critícou.

Ele cita um trecho do que escrevi na minha coluna do Go Surf e do Ondas: "Somos um bando desordenado, brigando entre si pra ver quem pega mais onda e quem possui a prancha mais reluzente" e tasca: "A serviço de quem? para quem queremos provar que surfamos mais que um ou mais que outro? Isso prá mim é fogo no rabo do gaúcho, que tá louco prá dar o cú e não sabe como!"

Nem vou entrar no mérito do nível da escrita do sujeito. Mas qualquer cidadão que tenha cursado o primário, lê a citação destacada pelo idiota e percebe que o que ele escreveu, comprova o que foi citado.

O ignorante nem se deu conta disto.

Deu a lógica

O cara de amarelo, venceu (mais uma vez) o cara de vermelho.
E isto está virando rotina. (algo me diz que este fato será o
responsável por adiar a aposentadoria do careca).


Kelly Slater é um extraterrestre. É inigualável. Fantástico. Oito vezes campeão mundial de surfe. E eu poderia seguir elogiando-o. Mas justiça seja feita. Ele não é o melhor do mundo no Havaí. Disparado, o bodoso faz o que quer e o que bem entende naquele lugar.

Aliás, por uma questão de devido respeito [ainda estou sob o efeito daquelas duas ondas fantásticas que ele pegou nos últimos 6 minutos da final do Pipe Masters, passando da situação de precisar de uma combinação, para a o primeiro lugar - colocando os outros três adversários em combinação] vou trata-lo por nome e sobrenome: Andy Irons, Pipe Master 2006 e vencedor da Triple Crown (ambos os títulos pela quarta vez).

Ganhar de virada é muito melhor. Perder de virada é muito pior. E dá vontade de ir à desforra...

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Manobra do momento

Luke Stedman, Car Park Rights, Narabeen - Foto: Nathan Smith

Nesta semana e talvez mais um pouco, só o que vai importar para o mundo do surfe,
é quem vai conseguir ficar mais tempo escondido (a foto não é de Pipe, de propósito).

Não deixe de acompanhar as corridas, sempre iniciando às 16h30, aqui.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Pedrinha

Pedrinha, bem vivo na praia. Foto: ASP

Corríamos o Circuito Gaúcho de Surf, não lembro o ano. Eu já havia passado daquela fase em que se busca alguma coisa. Estava ali muito mais pela diversão. A taça já tinha até poeira no armário de casa. O Pedra não. O guri estava fazendo todas as finais. O que me incomodava é que apesar do surfe dele ser infinitamente mais completo do que o dos seus adversários, ele ainda conseguia perder algumas finais. Havia alguma coisa errada e eu tinha certeza que não era com o surfe dele. Estavam julgando errado suas ondas. Os juízes não estavam acostumados a valorizar a linha, o estilo e a velocidade do surfe dele.

"Sai daqui", eu lhe dizia. "Vai morar e competir noutro lugar", aconselhava. "Tenho certeza que se fores para um centro de surfe como São Paulo ou Rio, tu vais arrebentar", dizia eu, vendo o que nem ele estava vendo.

O guri foi pra Florianópolis. E classificou-se para o WCT. Durou um ano. Perdeu a vaga e desde então, tem morrido na praia. Chega ao Havaí precisando de um ou dois resultados meia boca, mas perde a vaga por apenas uma bateria.

O surfe competição é injusto. Não tenho dúvida de que o surfe dele é um dos melhores do mundo. Lindo de se ver. Veloz. Redondo e fluido. Mas na hora do "vamo ver" acaba sempre faltando uma onda ou um décimo na nota

Só que eu acho que agora vai. Ele ganhou a bateria de hoje em Sunset e classificou-se para as oitavas. Segundo os cálculos do Al Hunt, ele tem que chegar às quartas para ganhar uma vaga no WCT.

Já estou com os dedos cruzados para que não lhe falte uma onda e muito menos um décimo de nota.