WSL - FCS2 (Por Renato Ferreira Sachs)
Estamos passando por um momento histórico no Surf Profissional Brasileiro. A analogia que me passa pela cabeça é com o futebol, esporte criado pelos ingleses que após 50 anos de sua apresentação no Brasil chegou ao primeiro título mundial, jogamos e aprendemos, assim nos tornamos a maior potência do esporte, entre altos e baixos continuamos na liderança incondicional, somos a pátria de chuteiras....
O Surf como o futebol, não foi criação nossa, mas estamos chegando num ponto em que as vitórias se tornarão constantes e consagradoras. Estamos na liderança do Surf, não podemos mais nos achar incapazes ou prejudicados por complôs, estamos prontos para ganharmos e liderarmos. Nossos atletas estão ganhando com estilo, graça e força. Foram anos aprendendo, querendo e sofrendo para esta geração conquistar o ápice. Geração liderada pelo Mineiro, que mesmo sem o dom de Medina e Toledo, moldou o seu surf para ser campeão. Agora que aprendemos, estamos sendo copiados, não adianta fazer gol, tem que ser bonito.
Sr. Willian deve ser o mais brasileiro dos brasileiros no tour, corpo fortificado aliado à mente, foram 12 anos trabalhando para chegar no topo, chegou empurrado por uma palavra chamada "Desejo", trabalhou nas piores condições possíveis do WQS para fincar a bandeira no monte mais alto de Uluwatu (junto com Pipeline, Tahiti é uma das 3 principais ondas do Tour 18). Monte este que é abrigo e recebe os brasileiros há algumas décadas, segunda casa dos australianos. Não esquecendo do povo balinês que sempre nos recebeu com sorriso, ou seja, para nós o legítimo espírito do "ALOHA". Se nós éramos criticados por não surfar ondas grandes ou perfeitas este capítulo passou, faz parte da nossa rica história surfística. Podemos mais do que nunca sempre almejar o espaço mais alto do altar sem nos acharmos prepotentes ou arrogantes. Após as 2 etapas no arquipélago, Sr. Willian voltou com R$ 600.000,00 no bolso e ainda tem espaço para mais...
Antes da final me perguntei: quem vai levantar o Panda nos ombros e subir os 100 degraus, afinal o guri é pesado e se o surfe de frontside esta fora de moda?
Ítalo sofreu da mesma ressaca pós Bells quando competiu no Brasil.
Quartas de final, tivemos uma bela disputa entre Julian e Jordy, muito parelha assim como Medina e o Mickey. Entre Toledo e Sr. Willian revendo e revendo a bateria ainda acho que o Toledo teria uma bela margem de vantagem e saiu vencedor da bateria. Para o Sr. Willian seria a lei da compensação pelo ocorrido em Keramas? Kolohe lembrando Toledo, surf elétrico, vertical e mantendo o equilíbrio.
Semis e finais, quase colocaram o Panda em extinção, nesta nova escala de notas os erros ficam mascarados, pois as mesmas ficam muito próximas. O atual líder do tour Julian esta surfando metade do seu potencial, esta chato e previsível, o Tour hoje tem o surfista menos empolgante e forte como líder, esta sendo julgado pelo que poderia fazer e não pela realidade que tem apresentado.
Não posso deixar de parabenizar o Snapy (acredito que seja o primeiro Shaper Catarinense a ganhar uma etapa do WCT) pelo trabalho de longos anos que, associado ao seu atleta e às quilhas do MF large, chegaram numa prancha mágica que depois de 100 porradas no lip se manteve intacta. Ela deve estar torta e só deve funcionar em esquerdas, faz outra igual, mas que funcione só para direita!!!!
No placar dos sonhos para 2018 faltam as vitórias de: Jessé, Tomas, Ian, Michel, Alejo.....