quarta-feira, 21 de junho de 2006

Show no México!

Não se engane: esta onda vem lá de trás daquela ponta. E com tamanho. Foto: Tostee/ASP

Quem não viu ainda tem tempo. Mas faça este favor a você mesmo: não perca mais a transmissão desta etapa, pois as ondas - e o surfe - estão incríveis! Clica aqui.

Ontem eu acompanhei mal e porcamente, apenas vendo, pois a correria aqui no escritório estava intensa e não dava pra me dar o luxo de ouvir. Só pude assistir com mais atenção a bateria de número 16, última do dia e justamente a do Mineirinho, a quem critiquei duramente aqui neste espaço, dia destes.

Que maravilha! A impressão que se tem assistindo estes campeonatos do circuito mundial moderno, o "drim tur", é que se está vendo um daqueles vídeos promocionais ao vivo, sem edição. É claro que neste vídeo sem edição, a gente vê algumas coisas bizarras, como a pisada numa casca de banana do Pancho Sulivan naquela que talvez pudesse vir a ser a sua melhor onda na bateria, ou a corrida dos atletas de volta ao pico, pela areia, depois de fazerem uma onda longa, com direito a banho de água mineral, bem ao estilo maratona. Mas nada melhor do que ver os melhores surfistas, em ondas excelentes (e não num quebra-côco mexido qualquer).

Peterson Rosa. Apesar da manobra, perdeu.
Também, com estas ondas, o cara podia até tirar um 10 e não estar garantido.
Exatamente o que aconteceu com o Yuri Sodré. Foto: Tostee/ASP

A Rip Curl não poderia ter escolhido melhor o pico para este evento. Inicialmente os rumores davam conta de que ele seria realizado em Puerto Escondido e eu, daqui, entortei o meu nariz. Não que Puerto não seja um ótimo local pra jogar aquele bando de ótimos surfistas, é só que ali não há o apelo exótico que picos como Ilhas Reunião e Barra de La Cruz tem. Como assim Barra de La Cruz, o atento leitor pergunta? O pico chama-se La jolla, exclama. E eu explico: não sei os motivos, talvez para evitar uma orda de invasores ao pico ou seja lá o que for. O fato é que o local do campeonato da Rip Curl chama-se Barra de La Cruz e situa-se uns 80km ao sul de Puerto Escondido, na região de Huatulco. Sua posição geográfica propicia algumas coisas interessantes: o sol nasce no mar, apesar de ser no oceâno Pacífico e para quebrar lá, a ondulação precisa estar realmente grande. É a opção ideal para quando Puerto está fora de controle (imagine como deve estar o pipe mexicanp então, pelo tamanho das ondas que estão quebrando em Barra).

Bruce Irons. Ganhou sua bateria e perdeu a chance de surfar hoje
(há rumores de que há gente perdendo só pra poder surfar de novo). Foto: Tostee/ASP

Ah sim, o Mineirinho. Critiquei-o. Reclamei que ele não está usando as bordas e o que vimos ontem? Dua vezes ele enterrou a borda e o que lhe salvou foi justamente a sua gigantesca qualidade como surfista. Ficaram claras algumas coisas na bateria: o guri não amarela - ao menos não demonstrou sinais de nervosismo - e compete como poucos. Fez uma bateria calculada, sem exageros, sem riscos e deu o seu recado. Continuo acreditando que ele tem, sim, potencial para ser campeão do mundo. Mas também continuo achando que ele terá que amadurecer bastante o seu surfe para chegar ao escalão de cima. E ele tem tempo (sigo repetindo isto)

Mas o que mais me chama a atenção neste momento com o Mineirinho nem é o seu surfe e a sua qualidade competitiva. Fico impressionado como os gringos se renderam a ele. Não sei se o Fábio Gouveia teve tanto respeito quanto este guri está tendo. Ontem, o Pancho Sulivan estava comentando a bateria dele e dava pra perceber que o havaiano estava literalmente babando quando falava sobre as ondas do guri.

E o que foi aquele floater? Coisa de vídeo promocional...

Nenhum comentário: