quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

Gaúcho macho ataca outra vez!

É isso ai. Andei afirmando aqui anteriormente que gaúcho macho e fodão, pescava gente, mais precisamente surfistas.
Só que normalmente esta prática era reservada aos meses de inverno, quando os únicos frequentadores das ondas somos nós.

Durante o verão, quando ao nosso grupo misturam-se "carregadores de prancha" é até provalecimento.

Hoje, dia 29 de dezembro, por volta do meio dia, um dos nossos (surfista experiente), de 38 anos de idade, morreu surfando em frente à filha, preso a um cabo de rede na praia de Mariluz.

Esta estória ainda vai dar pano pra manga. Mas tudo que sei até agora, escrevi acima. Caso alguma novidade que valha à pena apareça eu volto a tocar no assunto. [Não esperem por comentários sobre manifestações e protestos ou coisas do gênero].

quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

Dá-lhe Igor!

A legenda diz: "Waimea chases down Igor - December 20, 2005"

O guri se tocou pro Havaí sem planos de voltar. Levou mala, cuia e namorada. Fez a vida por lá e mandou buscar o outro Lummertz que estava causando estragos nos campeonatos locais - os poucos que ainda rolavam. Agora já são dois Lummertz nas ilhas: Igor e Jairo. E sei que acabaram de mandar buscar o Maicon Nunes. Provavelmente vão continuar montando seu exército silenciosamente. Um dia, a exemplo do que fizeram no RS, vão tomar o North Shore pra eles.

Volta e meia vejo e leio notícias dos dois. Estão levando a vida que sonharam. Trabalham bastante para poder viver no paraíso, mas assim, à distância, parece-me que estão felizes. Dê uma olhada no site dos guris clicando aqui. Vale à pena.

terça-feira, 20 de dezembro de 2005

Extremo Sul

Aqui está a edição mais recente.

A versão online você vê aqui.

sábado, 17 de dezembro de 2005

O bodoso ganhou!

Acabei de acompanhar, numa conexão pra lá de ruim, a final do Pipe Masters 2005. Infelizmente o bodosinho ganhou tudo: o campeonato e a Triple Crown.

Não sei o que houve na bateria do careca. Com esta conexão tartaruga, falhando mais do que Gol motor duplo carburado, não tive paciência de acompanhar tudo (e estou sem TV aqui na praia). Mas tenho certeza que ele encontrou na areia aquilo que não achou na água. Aliás, como eu dizia, as brasileiras adoram o careca...

É isso aí: torci contra, mas há que se respeitar a competência deste cara em Pipe. Além disso, ele tem mostrado que é um "homem com uma missão". Ainda vai ganhar muita coisa antes que surja um novo herói para nos alegrar. Poderia ser o Mineirinho? Eu adoraria. Mas ele vai ter que aprender a usar mais as bordas (e as pernas) e ciscar menos. Mas ele tem tempo para aprender. E está no local certo para isto. Apenas tem que aceitar a condição de aluno, respeitando mais os mestres. Mas ele é guri. Ele aprende.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

Clark Foam - Parte V

O shaper Timmy Patterson.

Venho afirmando, desde que a Clark Foam fechou, que tenho certeza que o mercado vai absorver muito bem e que havia um ponto muito positivo nisto tudo: com o fim do monopólio, novas fábricas surgiriam e algumas já existentes, cresceriam da noite para o dia.

Me neguei a acreditar que faltaria bloco no mercado e ainda reluto contra a idéia (desesperada) de simplesmente aumentar o preço das pranchas (e dos blocos). Isto seria uma atitude errada, de quem simplesmente quer se aproveitar da situação.

Mas é óbvio que esta é a minha opinião. De quem vive o dia-a-dia do mercado do surfe através da internet. Não tenho autoridade para dar a opinião de quem está na fábrica ou na loja. Portanto posso estar redondamente equivocado em tudo o que afirmo.

Mas acabo de ler uma matéria no site da Surfer, que começa a confirmar que estou certo. Leia aqui e veja se você também concorda.

terça-feira, 13 de dezembro de 2005

Imagens

Estou de bem com a vida neste exato instante. O trabalho está em dia e daqui há pouco estou saindo do escritório. Sendo assim, divido com vocês algumas imagens bem sugestivas:

Foto:Duboc
Rincon na Califórnia. Tem gente que nem imagina, mas aqui, pertinho de nós, principalmente os gaúchos, tem La Moza, no Uruguai, que nos dias bons, só perde no quesito distância percorrida, mas ganha em dois muito importantes: é menos crowd e muito mais constante.

Foto: Greg Norris
Pavones. Esquerdas longas e mornas. Que Mentawai o que! Logo ali na América Central...

Foto: John Westley
Pôr do sol na Costa Rica. Mas podia ser em qualquer lugar do mundo. Aliás, podia ser o nascer do sol em qualquer lugar do Brasil. E o feeling é sempre o mesmo. Só muda o estado físico de quem contempla: no amanhecer estamos com as baterias cheias de energia e, no final de tarde, elas já estão a meio pau.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

Clark Foam - Parte IV

Os portões da Clark Foam sendo fechados. Foto: Casey Koteen

Muito tem se falado a respeito da notícia que sacudiu o mercado mundial de surfe na semana passada.

Um amigo shaper, comentou que na quinta-feira, dia 8, o telefone da Bennett Foam já nem atendia mais. Espaculava-se que a exportação já havia começado. Queixava-se para mim, que a falta de blocos durante o verão que havia acontecido há alguns anos estava para se repetir. Também confirmou o que cada vez mais deixa de ser um boato: o preço das pranchas vai subir.

Aproveitei esta loucura toda e liguei para um amigo que trabalha com exportação e dei a dica: "Alemão, corre na frente porque os gringos devem estar loucos atrás de blocos!". Não sei no que deu, mas sei que ele já estava fazendo bons contatos - aqui e lá. Depois me manda a comissão, Alemão!
A "seca" já começou. Foto: Casey Koteen

De qualquer maneira, tenho algumas convicções sobre o assunto:
1. Não é saudável para nenhum mercado que exista monopólio. A Clark era dona de 90% do mercado mundial. Isto significa que quem determinava o preço das pranchas era ela. Como existem outras fábricas - duas no Brasil - é claro que o fornecimento de blocos ainda existe;
2. Conto nos dedos quantos meses levará até que alguém - e arrisco que será um japonês - comprará a tecnologia de Gordon Clark, inclusive contratando-o como consultor. Esta conta deve estar barata, uma vez que o cara está devendo até as cuecas (segundo ele mesmo afirma);
3. Com a falta de poliuretano, chegou a hora de se buscar e investir de verdade em materiais alternativos. Epoxi talvez seja a resposta mais óbvia. Dêem uma olhada neste site;
4. Se um japonês não comprar a Clark, o próprio Gordon levará a fábrica para algum outro estado norte americano que não tenha as mesmas - e rigorosas - leis hambientais da Califórnia.

No entanto, tudo o que escrevi acima (e mais o que o mercado tem especulado) não vale nada, se levarmos a sério a afirmação de Tina Cherry para a Transworld Surf, porta-voz da entidade supostamente responsável por inviabilizar o negócio da Clark:
Tirem suas conclusões sobre o que está acontecendo - se conseguirem - e tentem adivinhar o futuro.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

Clark Foam - Parte III

Gordon "Grubby" Clark, patriarca da indústria do surfe, enviou um fax com o título "Ceasing production and sales of surfboard blanks" à inúmeros fabricantes de pranchas, explicando sua decisão em fechar as portas.

Leia este fax no site Surfline.

Clark Foam - Parte II

Há um texto muito bacana no blog português Ondas, sobre o fechamento da Clark Foam. Para ler, clique aqui.

terça-feira, 6 de dezembro de 2005

Astral

Na foto não há legenda, mas aposto que é Black´s Beach. Foto: Aaron Chang
Observe o tamanho do mar: há um pontinho preto na esquerda. Aquilo é um surfista...

Cada surfista reage à sua maneira quando chega à praia e vê um visual destes. Eu, particularmente, saio atropelando tudo e todos. Corro um sério risco de esquecer da parafina, vestir a roupa de borracha do avesso (e no processo arrebentar o ziper) e até esquecer de amarrar a cordinha no tornozelo.

Na verdade, o tempo que leva para chegar até o outside e pegar a primeira onda, parece uma eternidade. E você?

A foto acima é da revista Surfshot, do amigo Felipe Poli que se instalou em San Diego e montou a Surfshot Media que, além da revista, tem um site - ambos direcionados à comunidade surfística da região. Vale uma visita.

Bomba! Clark Foam fecha.

Segunda-feira passada, dia 5 de dezembro, foi um dia negro para as salas de shape e surf shops americanas (e ao redor do mundo). A Clark Foam - maior fornecedora de blocos de poliuretano do mundo - fechou suas portas, depois de mais de 45 anos no negócio, devido a uma série de problemas ligados à questões ambientais.

Leia o resto da história no site Surfline.

A espuma da Clark virou história. Foto: Flame

segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

Ônibus da alegria!

Minhas lembranças mais remotas das férias , são aquelas ligadas aos longos veraneios na praia. Íamos com minha mãe em dezembro para o Imbé e só voltávamos para Porto Alegre em março. Lembro de detalhes pitorescos, coisas que não vemos mais, como os vendedores ambulantes de puxa-puxas, revistas e até de brinquedos.
A sorveteria ambulante, com certeza será uma destas lembranças para a Valentina. É uma diversão cada vez que o ônibus se aproxima de casa. Começa uma gritaria que só termina quando estamos, cada um de nós, adultos e crianças, com seu sorvetinho na mão.

Some a isto o potão de marshmellow e gemada que a tia Lica prepara para incrementarmos a lambuseira e o quadro está completo....
Pergunte a ela qual a melhor parte de ser criança!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2005

Empastelando o paraíso

Macca's, à todo vapor!

Outro dia, aqui mesmo neste espaço, estava sonhando acordado, comentando sobre a viagem às Mentawai feita por um grupo de amigos. Terminava o texto afirmando que "Um dia vou lá. Pode crer. Minha hora vai chegar."

O problema é que meus sonhos de consumo vão se estragando antes que eu consiga chegar até eles...

Primeiro foi Uluwatu e Bali, em geral. E agora isto. Não que eu não goste de uma infra. Longe de mim. Mas algo me diz que por trás desta estrutura que estão montando, há um pouco de destruição.

Matéria prima

Por João Ubaldo Ribeiro

A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique. Agora dizemos que Lula não serve. E o que vier depois de Lula também não servirá para nada. Por isso estou começando a suspeitar que o problema não está no ladrão corrupto que foi Collor, ou na farsa que é o Lula. O problema está em nós. Nós como POVO. Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA" é a moeda que sempre é valorizada, tanto ou mais do que o dólar. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família, baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nas calçadas onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

Pertenço ao país onde as "EMPRESAS PRIVADAS" são papelarias particulares de seus empregados desonestos, que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filhos... e para eles mesmos. Pertenço a um país onde a gente se sente o máximo porque conseguiu "puxar" a tevê a cabo do vizinho, onde a gente frauda a declaração de imposto de renda para não pagar ou pagar menos impostos. Pertenço a um país onde a impontualidade é um hábito. Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano.

Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos. Onde pessoas fazem "gatos" para roubar luz e água e nos queixamos de como esses serviços estão caros. Onde não existe a cultura pela leitura (exemplo maior nosso atual Presidente, que recentemente falou que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica nem econômica.

Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis que só servem para afundar ao que não tem, encher o saco ao que tem pouco e beneficiar só a alguns.

Pertenço a um país onde as carteiras de motorista e os certificados médicos podem ser "comprados", sem fazer nenhum exame. Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre. Um país onde fazemos um monte de coisa errada, mas nos esbaldamos em criticar nossos governantes.

Quanto mais analiso os defeitos do Fernando Henrique e do Lula, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem "molhei" a mão de um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Dirceu é culpado, melhor sou eu como brasileiro, apesar de ainda hoje de manhã passei para trás um cliente através de uma fraude, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta.

Como "Matéria Prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas nos falta muito para sermos os homens e mulheres que nosso país precisa. Esses defeitos, essa "ESPERTEZA BRASILEIRA" congênita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos de escândalo, essa falta de qualidade humana, mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte... Me entristeço. Porque, ainda que Lula renunciasse hoje mesmo, o próximo presidente que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém o possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Collor, nem serviu Itamar, não serviu Fernando Henrique, e nem serve Lula, nem servirá o que vier. Qual é a alternativa? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?

Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estanca-dos... igualmente sacaneados!!! É muito gostoso ser brasileiro.

Mas quando essa brasilinidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas Possi-bilidades de desenvolvimento como Nação, aí a coisa muda... Não esperemos acender uma vela a todos os Santos, a ver se nos mandam um Messias.

Nós temos que mudar, um novo governador com os mesmos brasileiros não poderá fazer nada. Está muito claro... Somos nós os que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda nos acontecendo: desculpamos a mediocridade mediante programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido.

Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.

E você, o que pensa?.... MEDITE!!!...

quinta-feira, 1 de dezembro de 2005

Mr. Curren, as always!

Scott Aichner alinha com Tom Curren no Backdoor ontem
30/nov/2005, diz a legenda da foto do site Sickshots


Anda, vira e mexe e lá está o homem. Quietinho, na dele e chamando toda a atenção para si. Enquanto os holofotes do Pipe Masters não são ligados (e focados na direção da batalha final entre o careca e o bodoso), o North Shore se divide entre o "boring" campeonato especial das mulheres em Sunset (as brasileiras tomaram laço) e as performances meia boca do resto nos outros picos.

Será que este ano ele emplaca as capas outra vez?