segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

Clark Foam - Parte IV

Os portões da Clark Foam sendo fechados. Foto: Casey Koteen

Muito tem se falado a respeito da notícia que sacudiu o mercado mundial de surfe na semana passada.

Um amigo shaper, comentou que na quinta-feira, dia 8, o telefone da Bennett Foam já nem atendia mais. Espaculava-se que a exportação já havia começado. Queixava-se para mim, que a falta de blocos durante o verão que havia acontecido há alguns anos estava para se repetir. Também confirmou o que cada vez mais deixa de ser um boato: o preço das pranchas vai subir.

Aproveitei esta loucura toda e liguei para um amigo que trabalha com exportação e dei a dica: "Alemão, corre na frente porque os gringos devem estar loucos atrás de blocos!". Não sei no que deu, mas sei que ele já estava fazendo bons contatos - aqui e lá. Depois me manda a comissão, Alemão!
A "seca" já começou. Foto: Casey Koteen

De qualquer maneira, tenho algumas convicções sobre o assunto:
1. Não é saudável para nenhum mercado que exista monopólio. A Clark era dona de 90% do mercado mundial. Isto significa que quem determinava o preço das pranchas era ela. Como existem outras fábricas - duas no Brasil - é claro que o fornecimento de blocos ainda existe;
2. Conto nos dedos quantos meses levará até que alguém - e arrisco que será um japonês - comprará a tecnologia de Gordon Clark, inclusive contratando-o como consultor. Esta conta deve estar barata, uma vez que o cara está devendo até as cuecas (segundo ele mesmo afirma);
3. Com a falta de poliuretano, chegou a hora de se buscar e investir de verdade em materiais alternativos. Epoxi talvez seja a resposta mais óbvia. Dêem uma olhada neste site;
4. Se um japonês não comprar a Clark, o próprio Gordon levará a fábrica para algum outro estado norte americano que não tenha as mesmas - e rigorosas - leis hambientais da Califórnia.

No entanto, tudo o que escrevi acima (e mais o que o mercado tem especulado) não vale nada, se levarmos a sério a afirmação de Tina Cherry para a Transworld Surf, porta-voz da entidade supostamente responsável por inviabilizar o negócio da Clark:
Tirem suas conclusões sobre o que está acontecendo - se conseguirem - e tentem adivinhar o futuro.

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