Na foto, Virgílio ao lado da atual governadora do estado, Yeda Crusius,
Rodrigo "Pedra" Dornelles e o deputado estadual Sandro Boca.
Foto: Arq. pessoal do Virgílio
Rodrigo "Pedra" Dornelles e o deputado estadual Sandro Boca.
Foto: Arq. pessoal do Virgílio
Virgílio Matos foi presidente da FGS naquele que foi considerado senão o melhor, um dos mais promissores períodos do surfe gaúcho. Época de Circuito Renner, de etapas do Circuito ABRASP, de circuitos de Associações com dezenas de etapas (cada) e sem dúvida, época responsável por gerar uma leva de gente importante para o surfe gaúcho, brasileiro e mundial - para terem uma idéia, o então head judge do Circuito Renner, era Renato Hickel, atual Tour Manager da ASP.
Com a palavra, Virgílio:
"Prezado Ki Fornari,
Li teu texto e gostaria de, se me permites, fazer algumas considerações e reflexões sobre o futuro do surf gaúcho.
A tua frase bem colocada "o surf gaúcho sempre enterrou sua história", eu complemento dizendo "Sem passado e história, não existe futuro", seja em qualquer cultura de uma comunidade, sociedade ou país na civilização ocidental e oriental.
Há quase 2 anos, iniciamos um debate trazido pela Fundação Conesul, sobre "Os caminhos do surf no RS", com a pergunta "Qual o futuro?".
Na primeira reunião, foram todos os principais lojistas de surfwear e surfshops, representantes de algumas marcas internacionais e nacionais, empresários das oficinas e fábricas de prancha juntamente o Orlando, atual presidente da FGS.
Pois bem, abriu-se o debate, alguns exaltados falaram com "grande conhecimento" de história (10 anos no máximo). Pedi a palavra e apresentei uma retrospectiva de 35 anos no nosso segmento, enumerando vários problemas em toda a cadeia produtiva.
Falando da Fundação da FGS e S, com a obra do Parque Marinha planejada pela entidade "a pista de skate", a maior do Brasil até hoje, passados 30 anos...
Se existisse continuidade naqueles debates com a participação de todos os envolvidos, teríamos união e, por fim, uma liderança chamada FGS. Mas a segunda convocação, por falta de visão dos envolvidos no segmento, foi um fracasso total e ninguém foi! O imediatismo continua imperando...
Enumerei, o seguinte:
1) Nunca tivemos sede (de fato e de direito) e sim uma sala fria e sem conforto e logística, sem condições de receber um empresário, lojista, político, atletas, reuniões etc. Os envolvidos com o segmento, sempre lucraram com a venda de produtos e imagem e nunca pagaram um centavo para a entidade fomentar o esporte, buscando um desenvolvimento e tornando-o auto-sustentável, seja com Impostos, taxas, contribuições, doações etc.
2) A FGS poderia, em seu estatuto, regularizar e criar Leis como "ECAD" de direitos autorais/músicas...
As Competições/Eventos, sempre foram 95% de patrocínio de Lojas de surfwear e surf acessórios, que sempre tiveram um ciclo curto de vida de cerca de 5 anos ou 10 anos no máximo. - Foi assim, nos anos 70, com a South Shore e Skate World. - Anos 80, com a Summer Dreams, Da Terra, Paradise, Raizes, Vela e Surf, no final da década a Surf Sul e, por fim, a Trópico nos anos 90. Agora a bola a "bola da vez" é a Planeta Surf.
Sempre buscamos estas "minguadas" cotas de patrô de empresas "não sólidas", que dependiam e dependem da venda do caixa diário, ou seja, pequeno varejo...monta e desmonta palanque...
Quando tivermos a visão e empenho de todos para buscar uma Indústria de fora de nosso segmento, com resultados práticos de mídia, no meio de 4 milhões de jovens gaúchos (dos 15 aos 26 anos) conforme IBGE, seremos a maior e melhor equipe de talentos do esporte da prancha, no Brasil.
Lembro que o nosso ícone da prancha, surgiu na Categoria Mirim (Rodrigo Pedra Dornelles), no Circuito Gaúcho, com 4 edições e que tinha patrocínio do Grupo Renner.
Planejamento de metas com visão de futuro, de todas empresas ligadas ao esporte, apostando na FGS, aí sim acredito em novos Rodrigos, Daisons, etc. Pois temos no "pátio de casa", a maior empresa do mundo - GM - e as "pratas da casa": Tramontina, Vontobel, Marcopolo, Randon, Gerdau, RBS, etc, etc., fora a Dell e as de telecomunicações, Vivo, Claro, Tim e agora o Grupo Record...
Saudações, Virgilio"