segunda-feira, 15 de maio de 2006

Que Mineirinho o quê!

Geralmente cantar de galo antes da hora também dá azar!
Que o diga o bodoso que se pôs a dar tiros no oponente jurando que a peleia
estava ganha. Menos, bodosão. Bem menos.


Terminou a terceira etapa do Circuito Mundial da ASP e, quem diria, não é o Mineirinho que está deixando todo mundo de queixo caído. Não senhores. É o outro. O outro cara que entrou junto com ele, só que com bem menos badalação.

Bobby Martinez, californiano, morador de Santa Barbara, criado no meio da latinada, por isto mesmo, consegue aliar qualidade e muita raça no seu surfe.

Enquanto o mundo e a maior parte dos brasileiros bobalhões previa um estrago no circuito mundial causado pelo fenômeno Adriano de Souza, Mr. Bob - que não é o esponja - ia fazendo o dele discretamente.

Em Gold Coast, o cara foi até a semi, assim como o nosso menino voador. Em Bells, deu "azar", ficou em nono, ou seja, perdeu nas oitavas. Em Teahupoo, o careca vacilou e ele levou.

Se isto não é de deixar qualquer um de queixo caído, então me corrijam!

E prestem atenção aos detalhes: em Gold Coast ele mostrou que sente-se à vontade nos beachbreaks inconsistentes. E no Tahiti, ele acaba de avisar: "sou completo! Saiam da minha frente!".

Afirmei aqui que tinha minhas dúvidas sobre o surf de fundo, do Mineirinho, em ondas consistentes, de fundo de pedra e coral. Pois bem, em Bell's e no Tahiti, ele acaba de mostrar que ainda tem muito que aprender e treinar. Aliás, coisa mais feia ver o menino dropando no rabinho. Mas os juízes da ASP não são bonzinhos. O guri quer ficar no rabo? Então tome 2,5 e 3 e 1,5 e 3,5....Credo! Isto é pontuação de ondas incompletas. De vacas! Mas acho que é bom assim. Vai fazer o guri pensar e repensar sua estratégia. A começar por considerar seriamente voltar a correr o WQS para se reclassificar.

E vejam bem. Não estou comemorando e muito menos desdenhando do surfe do guri. Não tenho dúvida de que a máxima de que ele "vai ser o primeiro campeão mundial brasileiro" ainda pode se confirmar. Só não acho que será agora. E não tenho dúvida de que isto jamais acontecerá se ele não fizer mudanças drásticas na forma de atacar a onda. Alguém deveria urgentemente apresenta-lo às bordas da sua prancha. Explicar à ele para que servem. Mostrar que um cutback também pode ser útil (mais do que estético) - aqui uma pausa para tripudiar mais um pouco: o Bob - que não é o esponja - deu aula de como se faz um cutback, no Tahiti. Além de entubar mais fundo do que qualquer um, aqueles cutbacks nas saídas de seus tubos, meus amigos.....de cair o queixo (ôpa, de novo!).

Então é isto: o Careca perdeu na semi porque se lesionou - dizem que nem vai competir em Fiji. Será? O cara é o herói das cozinheiras do hotel e sente-se em casa (lá também) em Restaurants...acho que ele não iria deixar o caminho aberto para o bodoso tentar uma reação e acho bom ele se cuidar com o Bob. Depois do que vimos em Teahupoo, Fiji vai ser um convite pro cara disparar na pontuação.

Quanto aos brasileiros, bem, quanto tempo mais teremos que esperar para ver o Neco de volta? Alguém aí me acorde quando o Neco chegar, ok?

6 comentários:

Anônimo disse...

Assino embaixo...Saudades do Neco no WCT. Saudade daquele surf aguerrido que nos enchia de orgulho. Mas ano que vem ele ta de volta e como podemos perceber em Newcastle, o "homi" ta mais faminto do que nunca. Só espero que o De Souza merrequeiro não de adeus ao CT agora e possa conviver e aprender com o nosso amigo Percy. Abraço

Helena - Rocky Baby disse...

eu pensei o mesmo quando vi...
quanto ao mail... dont worry...
eu tenho consciência do tamanho do massacre!
:)

stoke disse...

A pior coisa do brasileiro e achar que um dia teremos um campeão mundial, sinceramente, acho dificíl, gostaria de ver mas e quase impossível.Seremos sempre uns meros coadjuvantes e não sou pessimista ,não, sou realista.Qdo e quem foi o ultimo titulo brasileiro no wct?

Daniel de Aguirres disse...

Cara, impressionante quando o Andy saiu daquele tubo dando tirinhos, achando que tinha vencido a bateria...acho que quando ouviu o resultado das suas duas notas e o Dean Morrison foi anunciado vencedor, simplesmente não tinha onde enfiar a cara; não tem ego que resista a tamanha decepção.
Quanto aos constantes fracassos dos brasileiros na primeira divisão, eu diria que isso faz parte de um problema estrutural histórico: achar porque o cara quebra beach breaks, voa e joga a rabeta já está perto de ser campeão mundial. O wqs e o wct são dois circuitos bem diferentes...

Anônimo disse...

amigo volta pra onde vc veio e não fala besteira...qual brasileiro foi revelação em wct ou wqs em seu 1o ano de tour???concordo que o mineiro gerou espectativas...mas isso foram vcs mesmos da mídia que venderam essa idéia em cima de resultados merecidos e conquistado por ele e agora querem ser opositores a opinião de vcs mesmos...o moleke ainda é novo,e tem muito pra mostrar a vcs!!!!
E pode acreditar...ontem ele fez uma bateria que soh faltou experiencia...pq surfe ele mostrou...contra o Jake P. q foi obrigado a correr atras de notas altas...em fiji!!! E garanto se ele fosse um gaucho por mais prego q ele fosse vcs tavam falando bem do cara...que ele eh isso eh akilo...pura hipocrisia!!!!!

Giovanni Mancuso disse...

Caro amigo "anônimo": tão feio quanto ver o Mineirinho dropar no rabinho daquelas ondas, é não ter a coragem de assinar o seu nome. Respeito a sua opinião, mesmo que à base de xingamentos. E gostaria que você respeitasse a minha. opiniões são apenas opiniões. E a minha está aí. Acho ótimo que existam pessoas dispostas a oferecer um contra-ponto, mas por favor, apresente-se para que nós dois possamos iniciar uma conversa. Quem sabe a gente até concorde em vários pontos? De qualquer maneira, obrigado pela leitura.
E só mais uma coisinha: se você fosse um leitor frequente do Tracks, saberia que eu jamais alimentei falsas espectativas com relação ao Mineirinho no WCT. Afirmei várias vezes que tinha curiosidade de saber como ele se comportaria nos picos de ondas pesadas e de linha. Também cansei de elogiar o guri e jamais deixei de dar os créditos que ele mereceu. Portanto neste momento, sinto-me muito à vontade para criticar.