quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Surf´s Up!

Neste filme os pinguins são os reis do "hang six"

Outro dia eu comentava o meu prazer em assistir estas animações que tem surgido para o cinema. Estava impressionado com a cena da zebra entubando fundo na sua chegada à ilha, no filme Madagascar.

Pois os caras da Columbia Pictures estão preparando uma animação que, ao que parece, vai ser nota dez em termos de surfe.

"Big Z está para o surfe como..." (assista o trailer, ora bolas!)

Leia a sinopse:
"An animated feature that goes behind the scenes of the high-octane world of competitive penguin surfing. The film profiles Cody Maverick, an up-and-coming surfer as he enters his first pro competition. Inspired by his hero, a legendary wave rider named Big Z, Cody leaves his family to travel to Pen-Gu Island for the Big Z Memorial Surf Off."

Você pode se cadastrar para receber atualizações sobre o andamento do projeto, clicando aqui.

E pode assistir um trailer do filme clicando aqui.

terça-feira, 26 de setembro de 2006

4.3

Tramandaí, setembro de 2006: água a 13 graus, ondas pequenas
e long 4/3, mas ainda me mexendo! Foto: Anderson

Ontem tornei-me um 4.3 e posso garantir que o motor ainda está redondinho! Há exatos 28 anos, no dia 26 de setembro de 1978, eu passava parafina na minha primeira prancha de surfe, depois de penar por dois anos, surfando em pranchas de isopor. A legítima fissura de novato, pois estava aqui mesmo, em Porto Alegre, a 100km da praia mais próxima!

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Como assim "a culpa é nossa"?

Há alguns anos um grupo (do qual eu fazia parte) montou uma comissão para trabalhar em busca de uma solução que acabasse com a morte de surfistas presos à redes de pesca.

Como as coisas costumam ser demoradas quando se espera por decisões judiciais e mudanças nas legislações, tratamos de, em caráter emergencial, liberar a prática do surfe ao lado das plataformas de pesca, até então, proibida por leis municipais. No nosso entender, ao menos naqueles locais, era garantido que não haveriam redes de pesca. Mas para conseguirmos esta liberação, tivemos que provar que não cabia aos municípios legislar sobre o assunto (sobre as áreas liberadas ou não para o surfe).

Mas isto, como eu disse, foi há alguns anos. Em 2006, o problema das mortes em redes ainda não foi solucionado. Redes de pesca continuam a ser instaladas em locais populosos e, pior, continuam a ser encontradas boiando à deriva, depois de soltarem-se de seus cabos, tornando-se verdadeiras arapucas humanas.

O que você faria, caso um filho seu morresse preso a uma destas redes? Acionaria o estado? Pois foi o que uma mãe resolveu fazer, depois que perdeu seu filho surfista. O problema é que, ao ser citada, a prefeitura do município onde a morte ocorreu, argumentou exatamente aquilo que argumentamos para liberar o surfe ao lado das plataformas: que se ela não tem competência para legislar sobre áreas de surfe (e pesca), também não tem responsabilidade pela morte de surfistas em redes. Incrível não?

Um dos componentes daquele grupo de trabalho que citei no início deste texto, é um promotor de justiça. Leia o comentário dele sobre o fato:

"Para cometer injustiça os caras são rápidos. Isso eu já previa e temia: que fossemos acusados até mesmo de "desproteger" os surfistas.

A decisão não impede a ação contra a União e contra o Estado, competentes para legislar sobre questão que afeta a segurança pública de forma particular justamente no RS. Brasília desconhece o tema. O Piratini e a Assembléia não.

Aliás, já se especializaram em não enfrentar a antiga questão. Já sabem até em quanto tempo uma morte de surfista sai do noticiário e o assunto é esquecido novamente. Os surfistas são vítimas das redes de forma periódica, porém permanente, apenas nas praias do nosso Estado. Em todo o resto do mundo isso não ocorre. O que há de diferente aqui? A possibilidade de colocar redes na arrebentação e a indiferença das autoridades locais quanto a isso.

O Estado não pode aprovar lei inconstitucional, contudo não me lembro de estar consagrado na carta magna o direito de colocar redes perigosas em zona ocupada também por banhistas ou desportistas, produzindo iminente, direto e concreto perigo de vida a tais pessoas. O lado hipossuficiente merece estar sempre protegido pela legislação ou qualquer outro ato das autoridades locais, como uma solução do MPE, que nunca veio.

Mas isso nunca ocupou nossas autoridades estaduais e municipais. Mesmo a imprensa dá um tratamento confuso ao tema (basta ver a propaganda da plataforma de Cidreira em horário nobre na Rádio Gaúcha). Isso que gostamos de nos regozijar que somos mais "adiantados culturamente" que o resto do país.

Somos bons em inventar saídas para demissão da própria responsabilidade, como agora fizeram os desembargadores,... "não é que não tenha direito, mas não na minha jurisdição..."

É tudo a mesma coisa: governador, deputado, vereador, juiz e promotor.

Rápidos na desculpa, ausentes na proteção à vida. No mínimo a responsabilidade é solidária, com o que deveria apenas ser chamado à lide também o Estado, porque a omissão sempre foi historicamente conjunta. Isso poderia ter sido determinado na aludida decisão. Mas os desembargadores se esqueceram...

Os municípios sempre incentivaram e permitiram as redes em suas praias, por leis ou quaisquer outros atos de suas autoridades. Nunca houve qualquer ato administrativo em defesa da vida dos surfistas. Agora não são mais responsáveis. É uma piada de mau gosto, ou melhor bem ao nosso gosto".

O cerco está se fechando

Fred D'Orey, colocando-se num lugar à prova de assaltos. Foto: Site da Totem

A quantidade de lixo que recebemos por e-mail tem aumentado de maneira assustadora. Por mais que os filtros tentem bloquear a entrada destas mensagens indesejadas, uma boa parte delas acaba chegando. Fico tentado a apagar tudo de uma vez só, mas daí, lá no meio de um punhado de mensagens classificadas como "spam" eu encontro uma "pérola" destas:

Depoimento de Fred D'Orey (dono da Confecção Totem e colunista da revista Fluir):

"Ontem à noite meu carro foi interceptado na Linha Vermelha por um outro veículo com dois caras armados com fuzis. Sem resistir, enquanto os motoristas atrás de mim davam ré, apavorados, entreguei o carro com tudo dentro - pranchas de surfe no rack, bagagem, $, câmeras, documentos e muitos etcs.

É que eu acabava de chegar de uma viagem de duas semanas na Libéria, na África. Vinha do Galeão. 8:30 da noite. O moleque não tinha mais do que 15 anos e parecia ligado, tremendo. Minha vida podia ter terminado ali. Muitas terminam, a gente lê isso todo dia nos jornais e acha que nunca vai acontecer conosco. Só que o cerco está se fechando.

Quando cheguei à patrulha, na verdade um gol caindo aos pedaços, estacionada a uns 300 metros do incidente, os dois policiais foram da maior educação. E educadamente me explicaram que viram o carro descendo o viaduto mas que não poderiam sair do local.

Disseram que não passam de fantoches (foi essa a palavra que usaram).
Explicaram que os equipamentos não funcionam. E que suas armas são infinitamente inferiores às dos bandidos. Enquanto esperava uma patrulha que deveria me levar até a delegacia para dar queixa, e que nunca chegou, ouvi pelo rádio o anúncio de mais três outros roubos de carros na mesma Linha Vermelha. Os dois acabaram confessando que são mais de 80 veículos roubados todos os dias naquela área. 80, todos os dias.

Não tenho raiva daquele adolescente. Nem fico indignado com os policiais. Ambos são vítimas dessa grande tragédia chamada Brasil. Um país rico e que poderia ser tudo, mas que caminha a passos largos para o abismo. Tenho é muito nojo desses políticos safados que saqueiam o meu Brasil. Que roubam merenda, que roubam ambulância, que roubam sangue, que roubam educação, que roubam saúde, e que roubam segurança. Esses caras estão acabando com o Brasil. Canalhas!

E nós, que trabalhamos e produzimos riqueza e pagamos impostos, estamos condenados a sustentar esses cretinos nas suas contínuas e ridículas reeleições para que continuem a nos roubar ainda mais. Como fazer pra acabar com esse ciclo vicioso de destruição de uma nação? Eu não sei, só sei que tem que acabar.

O Brasil não precisa de fome zero, essa campanha populista de um presidente ignorante e mal intencionado como Lula. O Brasil precisa é de CORRUPÇÃO ZERO. Essa é a única saída.

Se os americanos tinham na Guerra do Vietnã algo por que lutar, os brasileiros têm a luta contra a corrupção. Nós brasileiros tínhamos que deixar de ser frouxos e partir pra cima desses canalhas ladrões - todos eles, do município, do estado, de Brasília - e exigir que trabalhem, que sejam competentes e transparentes. A sociedade tinha que se unir.

Os empresários tinham que se unir. E, se não funcionar a pressão, iniciar uma outra campanha, IMPOSTOS ZERO. Chega de pagar suados tributos para o dinheiro sumir no ralo da corrupção e da incompetência. E para pagar salário de funcionário público incompetente e parasita.

Mas eu não sei como organizar nada disso. Enquanto batalho 12 horas por dia para pagar as contas e fazer meu negócio crescer honestamente, esses vermes montam esquemas para me roubar sem parar. Eles são um câncer. O cerco está se fechando. Tenho medo do que vem por aí. Vocês não?".
(Texto publicado com a atorização do Fred)

domingo, 17 de setembro de 2006

Tubásso!

Nathan Hedge comemora depois de ficar muito fundo, por muito tempo.

Cuidado!

Em direção à bancada!

Quando vi esta imagem pela primeira vez, assistindo o filme Young Guns II, da Quicksilver, fiquei impressionado com a transparência da água e a sensação de que as quilhas vão trancar no fundo, a qualquer instante.

Qualquer um que já surfou sobre uma bancada rasa, sabe do que estou falando. Quem surfa de backside na Silveira (para dar um exemplo mais próximo daqui), está acostumado a ter esta sensação a cada botton turn.

Uruguai

Foto do acampamento, à noite, com a fogueira bombando,
viola cantando e as Patrícias nos gelando! Foto: arquivo pessoal

Em março deste ano, minha turma de amigos organizou uma surf trip para o Uruguai. Passamos uma semana por lá. Comentei sobre esta trip aqui no blog e também nas minhas colunas no Go Surf e No Ondas do Sul. O problema é que pequei ao não informar detalhes técnicos da viagem e venho sendo cobrado desde então para fazê-lo.

Uma das pessoas que me pediu algumas dicas, foi o meu amigo Maurício "Alemão" Beck. Uma das coisas que eu lembro de ter sugerido à ele - e digo para todo mundo que me pergunta sobre este destino - é que ele devería procurar armar esta trip de novembro até junho. Nos demais meses o Uruguai é muito gelado.

Ocorre que eu não sabia, mas ele e seus amigos, já tinham se organizado para passar o feriado de sete de setembro no Forte de Santa Tereza. Segue o e-mail que recebi dele, assim que voltou de lá, na semana passada:

"Era despedida de solteiro do Kiko, amigo de Montenegro. Ele conseguiu a proeza de reunir 15 cabeças ao todo. Um que eu sei que tu conheces é o Sandro Muller. A idéia era fazermos um grande acampamento, sem água nem luz elétrica, mas com fogueira, churrasco, muita cerveja e uma viola sempre tocando!

Buenas, uma parte da turma (yo incluso) saiu as 5h (5 graus) da quarta-feira (6/9) com uma pick-up levando o "grosso" da carga: a maioria das barracas e os apetrechos de uso comum, como cadeiras e bombonas p/ água, fogão, etc....O resto da turma chegou na madrugada.

Na estrada percebemos que o campo estava coberto de branco. Geada forte! Seguimos em frente.

Quarta nem olhamos o mar. Nos dedicamos a montar o acampamento, pegar lenha e preparar um rango p/ os que vinham atrás. (e tava MUITO frio)

Quinta surfamos "Los Pesqueros". Balançado e MUITO FRIO! Único banho no dia, mas valeu a experiência. Fazia tempo que não surfava uma onda tão gelada, se é que já surfei....

Sexta rolou o clássico! Pela manhã "Los Pesqueros", em frente as pedras. Um metro com ótimas direitas, abrindo em direção à praia "Del Barco". Acabou que a maioria saiu do mar na praia "Del Barco" devido a corrente que tinha em frente as pedras....

La Moza. Foto: arquivo pessoal

À tarde surfamos em "La Moza". Não preciso dizer mais nada. O detalhe é que surfamos sempre sozinhos. Alguns da nossa turma não surfavam, ou não davam o banho por causa do frio ou por causa da ressaca (de Patrícias)....

Um abraço!
Beck"

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Afanada!

Tive que parar o que estava fazendo para desabafar: acabaram de afanar o Raoni Monteiro pela segunda vez!
Raoni (mais uma vez) apresentou o melhor surfe entre os brasileiros do WCT - e incluo o Mineirinho neste comentário. Mas outra vez deram uma "maozinha" para o cara que estava atrás dele na bateria.
Ontem, foi com o Phil Macdonald e hoje o Luke Stedman. Tiveram que dar a melhor nota do dia para uma onda não tão boa assim do Phil Macdonald. E tiveram que dar uma bela empurrada para Luke Stedman hoje.
Uma pena. Raoni certamente mostrou surfe para vencer em Trestles.
Parece que este foi o problema.

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

Bolster, 1947-2006

A foto é velha, mas o ângulo é eterno. Quem não se empolga com uma imagem destas?

Morreu ontem, aos 59 anos, o fotógrafo havaiano Warren Bolster. O nome Bolster, soa para mim como uma lenda. Lembro das primeiras Surfer e Skateboarder que tive nas mãos. Lembro da minha reação com a (ótima) qualidade das fotografias em ambas. E lembro que em grande parte delas, lia-se o nome Bolster nas legendas.

Clica aqui, para ler a notícia na Surfer e aqui, para ler a da Surfing.

Ah, o Chile...

Esquerda apetitosa, no sul do Chile. Foto: Kenny Hurtado / Revista Surfing

Namoro esta surftrip há horas. Sei que é frio pacas, mas aquelas esquerdas...

Na revista Surfing de outubro, há uma reportagem bem interessante sobre o Chile, escrita por Geoffrey Ragatz. No site da revista, o mesmo assunto, porém com texto de Warren Smith e áudio de Jesse Faen. Clica aqui (ou no título) para ler e ouvir online.

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Tsunami gaúcho!

200m praia acima, escalada nos cômoros e corrida até o asfalto.
Há que ter muita força num swell para empurrar suas ondas por todo este percurso.


Eu não sei se é a idade ou o quê, mas a cada ano que passa parece que o inverno vai ficando mais frio! E a coisa funciona assim: quando você pensa que ele está terminando, aí é que piora. Não faz muito tempo, coisa de algumas semanas, os termômetros chegaram a marcar 30 graus. Que maravilha! O sol a pino anunciava a chegada da primavera. Qual o quê! Quando menos se espera, lá vem outra frente fria. Eu disse fria? Nada! Congelante!

Na semana passada, os sites, as rádios e os jornais começaram a alardear a chegada de uma frente fria com proporções históricas. Segundo o que informavam, faria um frio inacreditável.

O que se viu foi um ciclone (eles adoram este nome) daqueles de filme! O vento parecia que iria quebrar as janelas da sala do meu apartamento que, estrategicamente miram o oeste. Juro que, em determinado momento da noite de sábado para domingo, achei que as vidraças iriam ceder.
Mais um pouquinho e o estrago estava feito: tsunami gaúcho!

E o surfe? Bem, com uma frente destas, aconteceu o óbvio: o mar cresceu como há muito tempo não se via. As cenas que se viram hoje, foram impressionantes. As ondas avançaram por centenas de metros e passaram por cima dos cômoros na região da plataforma, chegando até o asfalto. Leve em consideração que os cômoros em questão, tem uns 6 - 8 metros de altura e uns 30 - 50 metros de extensão até o asfalto...deu pra imaginar a fúria do oceâno?

Eu não estava lá, mas faço idéia de que o visual éra de um tsunami, cada vez que o mar recuava e "armava o ataque"...
Some a esta imagem, uma correnteza de sul (da direita para a esquerda, na foto),
com a força de um rio caudaloso e a temperatura de 14 graus, na água e 9 graus, fora dela!
Observe os postes "arriando"...

sábado, 2 de setembro de 2006

Pedro Aguiar

Pedro Aguiar, Teahupoo. Foto: Arquivo pessoal

O tubo acima, foi pego - na remada - num dia de tow-in em Tahupoo. O gaúcho Pedro descreve assim a experiência:

"Ela parecia estar vindo com bastante influência de Sul, e ao longo do tempo no pico eu fui me ligando que direção é um elemento importante em Teahupoo. Se a onda vem de Oeste ela fica mais curvada no bowl, com aquela esquina, e fica mais rápida e perigosa. Se ela vem mais de Sul, vem enroscando aberta e com a boca virada pro fundo, não tão curvada em direção à praia..."

Leia o resto da história contada ao Sílvio Mancusi, aqui.

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

Perú

Peel - The Peru Project. Novo filme na praça.

O Perú é logo ali. Picos com ondas intermináveis a cada curva da estrada. Ondas perfeitas sem crowd. Encontrei este site promovendo um filme sobre o Perú.

Segundo o release, é mais um filme produzido pela família que fez história em termos de filmes de surfe - os Brown (leia-se Endless Summer). Dá pra ver um trailer, clicando aqui. Não sei se o filme é bom. Mas o tema muito me interessa: em novembro vou passar uma semana lá.