sábado, 23 de abril de 2005

Estamos um mês atrás!

Tramandaí: as direitas continuam rolando. | Foto: Go Surf

Finalmente entendi o que está acontecendo com o tempo!

Tudo começou com um janeiro estranho: sem vento e altas ondas praticamente todo o mês.

Depois amargarmos o pior fevereiro de que se tem notícia, com ventania de nordeste por praticamente os 28 dias do mês.

Na sequencia, encaramos um março igualmente atípico: só parou o vento (e ajeitou o mar durante uma semana).

E agora, pra completar, abril tem nos brindado com dias sem vento, altas ondas e água quente.

O que está acontecendo com o tempo, eu me perguntava, completamente perdido e sem entender nada. Até que hoje, surfando mais um dia clássico em pleno abril, a ficha caiu: estamos vivendo dias de março! Já em março, estávamos curtindo um fevereiro atrasado.
E adivinhe: fevereiro, com suas ventanias, na verdade era janeiro!

Então tá. Tudo entendido. Agora vamos curtir este "março" que tem sido clássico.

E digo mais: do jeito que o banco está firme e forte ali no lado norte do pier de Tramandaí, vamos ter muita onda no inverno que se aproxima. Basta entrar uma ondulação de sul que a "máquina" começa a funcionar.
Hoje ela estava ligada... Foto: Go Surf

quinta-feira, 21 de abril de 2005

Alexandre Torrano

Nada como ter amigos competentes! Num dia recebo um texto muito bacana sobre uma viagem para o Perú. Noutro recebo uma ilustração nota mil do Alexandre Torrano, abaixo:
Meus amigos não estão apenas prestigiando o Tracks com visitas. Eles estão literalmente participando! É isso aí pessoal, continuem mandando suas colaborações. Prometo que sempre darei o devido crédito ao autor.

Sacanagem!

Este banco de direitas está firme como concreto...

Todas as previsões da semana apontavam para um feriado de Tiradentes sem ondas, ou melhor, com ondas porém com muito vento e chuva. Não pensei duas vezes em aceitar um convite para um almoço com a família da minha esposa.

E as previsões estavam erradas!!! Ao abrir a janela do meu quarto pela manhã, pude perceber que havia um pouco de sol e também uma leve brisa de terral.

Depois foi só confirmar no Ondas do Sul que meu feeling não estava errado: altas! Sacanagem!
Isto é bom que tenha acontecido, pois com estes sites de previsão a gente acaba esquecendo do bom e velho "feeling" de surfista que adquirimos ao longo de anos de observação das nuvens, céu, temperatura, vento, etc.

quarta-feira, 20 de abril de 2005

Rolê pela Califórnia

Em algum lugar da Califórnia | Foto: Pat Stacy

Para quem não teve a oportunidade de ler, vale a pena: a matéria "California Underground" de autoria de Nick Carrol, irmão mais velho do Tom, na revista Surfing de maio, está demais.

O cara largou o inverno havaiano e até as ondas quentes de sua terra natal, a Austrália, para se aventurar durante 10 dias pelos picos mais casca-grossa (do ponto de vista do localismo) californiano, em pleno inverno, só para tirar a febre, ver se o localismo por lá é tudo o que dizem...

Abaixo, um trecho da matéria, onde ele explica as regras que criou para ele mesmo, para que a matéria tivesse credibilidade:

"I’ve set myself certain rules for this assignment. I’ve made these rules so as to keep myself in the realm of any other surfer who might want to wander the California coast and surf anywhere he chose.

- I’ve gotta go by myself, or with one other person, no more, no photography.
- I can’t draw on any friendly local resources beforehand – pulling some sort of weight through connections would distort the circumstances too much.
- I’ve got to approach the sessions the way I would at any unfamiliar break, given many years of surfing experience – give other surfers plenty of room, but don’t betray your own right to figure out the break and ride the waves that come your way.
- I don’t have to offer any information about what I’m doing, but I do have to answer people’s questions if asked.
- I can ask non-local friends for information on the spot, and use other publicly available information – online, books etc.
- I can’t retaliate with violence of any kind, and will only report incidents to the cops if they involve serious or permanent damage to limb or possessions.

I truly hope I don’t have to call the cops."

Compre a revista ou leia um trecho maior da matéria no site da Surfing.

sábado, 16 de abril de 2005

Altas em Tramandaí!!

Direita locomotiva.

Vento sudoeste forte, corrente fraquinha, só pra dar shape às direitas que estão entrando como se fossem intermináveis...

Desculpem a baixa qualidade das fotos, mas acho que dá pra "pescar" que não estou exagerando, né?

O surfe de hoje pela manhã durou três horas. Foram vários e vários kilômetros de direitas lisas, tubulares e perfeitas. Tô moído!

Amanhã tem mais!

sexta-feira, 15 de abril de 2005

Bom comportamento

Por Eduardo "Gringo" Patussi
Onda psicodélica em algum lugar

Na Páscoa de 2004 fiz uma viagem solo, sem me preocupar com outra coisa qualquer que não fosse surf e aproveitar os momentos de intervalo para refletir sobre minha vida, carreira, futuro...

Escolhi o extremo norte do Perú (ainda não conhecia a região e as ondas no Perú são realmente muito boas).

Alguns amigos já haviam me contado das vantagens de viajar só: horários, direções e outras opções: ninguém para opinar ou contrariar (nunca tive problemas em dividir ou aceitar opiniões, mas é interessante a experiência). Só que estas vantagens já me eram familiares e o que mais me impressionaou na experiência, foram outras que acabei descobrindo.

Várias vezes quando chegava em um lugar, precisava avaliar a melhor maneira de entrar no mar, observar os outros surfistas, contar as séries (perde-se um tempinho, mas aprende-se muito), às vezes optar pela maneira mais difícil porém mais segura, às vezes arriscar por uma situação mais perigosa mas com menor esforço, e às vezes perguntar para os outros sobre a melhor maneira de entrar e sair do mar, ou seja, acertar e errar sózinho, aprender a avaliar a situação.

Mas o que me impressionou mesmo foi a receptividade na água (muito diferente de quando chega-se num grupo de três, quatro ou mais). Chegava no outside e me colocava a uma distância respeitosa do pequeno (às vezes ) crowd e aos poucos - e sem pressa - ia chegando mais próximo. Imediatamente cumprimentava os demais e todos, quando possível - afinal era eu quem acabava de chegar.

Para minha surpresa em várias ocasiões fui abordado para uma conversa amigável e às vezes com um aceno convidando-me a me aproximar mais e literalmente dividir as séries. Algum desavisado ira pensar: "pô o cara fica na beirinha"... Mas não. Estou falando de point break, remadão até o "line up", séries demoradas, ondas grandes (pelo menos para nossos padrões) e longas, muito longas. Geralmente o assunto era "de onde vens", "estas só" (com ar de impressionado e respeito), etc...
Logo o assunto partia para a atitude: "onde aprendeste a encarar o pico dos outros desta maneira", etc...

As portas abriam-se ao natural, boa educação e cortesia respondidas na mesma moeda. E assim foi por todos os dias e locais da viagem. O que me fez criar um hábito (que nem sempre pratico, talvez por descuido) de cumprimentar as pessoas que já estão no mar quando chego e só chegar no pico após pegar algumas intermediárias, como também evitar de chegar com carro superlotado, pois assusta.

Sei que nesses tempos de crowd infernal nem sempre é possível cumprimentar todos (sob o risco de parecer político em campanha) ou chegar sózinho, e nem sempre é fácil chegar "no sapatinho" em nosso litoral, pois temos corrente, muitas vezes indefinição de picos, muita gente...
Ou ainda esperar a "fila" mas com certeza é o melhor para todos: o próprio recém chegado, o sujeito com cara de poucos amigos que já está ali, o sujeito que acha que todas as ondas são dele, o iniciante que insiste em ficar na frente na melhor do dia, o cara que sabe as manhas do pico, o outro que melhor preparado rema mais que golfinho, e os dentes da frente).

quinta-feira, 14 de abril de 2005

O finde promete!

Imagem do site Buoyweather | 18h15 |

A imagem acima é da bóia localizada na altura de Porto Alegre / RS, mas se você está em outra região - ou está indo para outro lugar - vai no Buoyweather e faça sua própria consulta.

Mas fique atento pois a previsão muda a cada hora. Vale à pena ficar consultando várias vezes por dia para acompanhar como a coisa está se configurando.

terça-feira, 12 de abril de 2005

Frio e perfeito

Fort Point | San Franciso | CA | EUA
(Valeu pela foto, Tora)


Quem já teve a oportunidade de conhecer San Franciso sabe que trata-se de um lugar inesquecível.

O que pouca gente sabe é que em baixo da ponte Golden Gate há um tesouro.

Fort Point é um daqueles picos que demoram a acordar. Exige condições especialíssimas para quebrar, mas quando acontece...

O único problema é que é muito frio e poluído. Imagine que ali é a saída da baía que fica às margens das cidades de San Franciso e Oakland entre outras menores. Mas vamos combinar: com estas ondas, quem vai se preocupar com o frio e a sujeira??

segunda-feira, 11 de abril de 2005

Visual limpo

Assim é que deve ser: só o mar e a areia - sem quiosques.

Ainda pode-se ver nos cantos da imagem, automóveis na praia, mas este problema também devemos resolver mais adiante, se Deus quiser.
Por hora, a boa notícia é que uma parte do problema está sendo resolvida com a retirada dos quiosques da beira da praia.

Não suportávavamos mais a sujeira causada pela presença destes quiosques que mais parecem barracos. Durante o veraneio, é ao redor deles que a "tigrada" se reúne para tomar umas e outras ao som de um pagode, de preferência no volume mais alto. Ao final da tarde, o zoológico que se formava ali era absurdo.
Depois, durante os meses de inverno eles literalmente se transformavam em barracos, servindo de trocador e até banheiro para os surfistas mais desesperados.

Na verdade, estas construções davam à beira da praia um aspecto sujo e feio.

Não mais. Tramandaí está começando a trilhar um caminho que, se continuar a ser seguido, a levará a ser considerada uma das praias mais belas do nosso litoral.

Só nos resta agora eliminar os automóveis da beira-mar. Mas esta é uma outra estória. Há um desafio aí, mas temos um tempinho para tomar fôlego. A situação ficará crítica quando o final do ano se aproximar. Até lá, devemos nos preparar para uma nova batalha. A da temporada que passou, surtiu efeito no final de fevereiro, com a proibição parcial do acesso dos automóveis à areia. Precisamos conseguir que a Prefeitura e Brigada Militar, proibam totalmente o acesso e já a partir de dezembro deste ano.

Está lançado o desafio.

Esquerda de sonho

É exatamente o que eu estava precisando agora.

Lembra Puerto, mas não é.
La Punta, ainda em Puerto, possibilidade.
Bali, Hawaii, Nova Zelândia...

Faz diferença?

É uma esquerda de sonho e pronto!

Começa a retirada dos quiosques em Tramandaí

(Litoral Notícias | 11/4/2005)
Com o prazo expirando no dia 12 de abril, os quiosques da orla de Tramandaí já começaram a ser retirados.

Os proprietários foram notificados pela Prefeitura que teriam de sair há 30 dias. Muitos ainda estão abrindo e tentam aproveitar o resto de tempo que têm. Os que já fecharam, tiveram os quiosques demolidos. A retirada é uma exigência da Secretaria de Patrimônio da União - SPU.

A Prefeitura de Tramandaí conseguiu ampliar o prazo para essa medida, que estava prevista para o início de 2004.
Agora, a Justiça determina que o município cumpra o acordo, feito através de um termo de ajustamento.

Estamos dando tempo para que os quiosqueiros possam encerrar suas atividades e fazer a retirada de seus pertences com calma, sabemos que é um momento de muita incerteza para dezenas de famílias”, disse o secretário de Meio Ambiente, Renildo Chagas. De acordo com o secretário, em breve o prefeito Rapaki estará convocando os quiosqueiros para uma reunião que vai definir a próxima temporada.

quarta-feira, 6 de abril de 2005

Goiabada

Se você está gostando do que está vendo - e lendo - aqui, vai gostar muito mais de ler o que está no espaço chamado "Goiabada" do amigo Julio Adler. Clica ali e deleite-se.

Há muito tempo tenho o prazer de acompanhar os textos dele. Suas colunas sempre me deram a certeza de que, sim, no Brasil também temos bons escritores do surfe. Escritores que analisam o nosso comportamento sob um olhar crítico. Daqueles que não dizem amém para tudo que vem escrito em inglês. Um verdadeiro jornalista-crítico-surfista-tupiniquim.
Ultimamente vinha lendo o Júlio na revista Surf Portugal. Só que de uns tempos pra cá, a revista desapareceu das bancas gaúchas. Foi um problema, pois além de perder o acesso ao surfe europeu através de uma revista muito boa, também perdi o prazer de ler os textos dele.

Agora não mais. A não ser que o Júlio tire do ar a sua Goiabada, tenho a garantia de receber suas colunas à domicílio, direto na telinha do meu iBook. Quanta mordomia!

terça-feira, 5 de abril de 2005

Monday Morning Wave

Desde que me cadastrei no "Monday Morning Wave", no site da revista Surfer's Path, sou brindado todas as segundas-feiras com este tipo de imagem no meu e-mail:

Nova Zelandia | Foto:Paul Kennedy (Monday Morning Wave)

A revista inglesa Surfer's Path, parece ser muito bacana. Na verdade nunca tive nenhuma edição nas mãos - nem parece que vou ter, pois US$ 45,00 por 6 edições é muito para este pobre bolso.

Mas o que me chamou a atenção desde o momento em que tomei conhecimento da revista foi o seu belo projeto gráfico (que vi pelo site) e o fato de ser uma publicação ecologicamente correta - a edição atual, número 42, é a primeira "green" surf magazine. Ela é impressa com papel 100% reciclado.

Não sou nenhum patrulhador do verde, mas acho bacana saber que existem revistas com a qualidade da Surfer's Path por aí e, quem sabe daqui há pouco sobram uns dolarzinhos para eu encomendar minha assinatura.

Por enquanto me alegra receber toda a segunda-feira uma imagem de cair o queixo (como aquela ali em cima) e, no mesmo e-mail, saber onde está acontecendo o "swell da semana".

Surfistas

(Martha Medeiros | Jornal Zero Hora | Quarta-feira | 29/08/2001)

A Veja anuncia cada exemplar com outdoors espalhados pela cidade, mostrando a capa da semana e fazendo referência à reportagem principal através de uma frase de efeito. Funciona, chama a atenção. O outdoor que está veiculando atualmente diz mais ou menos assim: "Dicionário Houaiss. 228.500 verbetes, inclusive as oito palavras que os surfistas já sabem. Ainda bem que surfista não sabe ler, né?".

Eu nunca pratiquei surfe, mas sempre tive uma certa atração pelo esporte, já que gosto de mar e de praia. Por muito tempo o surfe foi considerado um hobby elitista, mas hoje, se não me engano, é o segundo esporte mais praticado no país, ficando atrás apenas do futebol, o que não chega a surpreender, tendo o Brasil uma costa litorânea tão extensa. O surfe emprega pessoas e sustenta famílias, mas quem quer saber de reavaliar conceitos? Uma vez surfista, sempre calhorda.

Nós não pegamos onda, mas sabemos como pegar no pé. E dá-lhe rotular. Todo engenheiro é careta, todo publicitário é mauricinho, todo modelo é burro, todo médico é santo, todo jogador de futebol é ignorante, todo jornalista é de esquerda, todo corretor é chato, todo poeta é viajandão, todo advogado é canalha, todo mecânico é desonesto, e acho que basta de exemplos, lembrando que vale para ambos os sexos. Serão mesmo?

Em alguns casos, são, sim. Só que com um detalhe: o engenheiro careta, se de repente virar um webdesigner, será um webdesigner careta. O publicitário vaidoso, se for trabalhar numa mina de carvão, vai levar um espelhinho escondido na carteira. O corretor xarope, se resolver ser diretor de cinema, vai ser um diretor de cinema daqueles que a gente atravessa a rua para evitar o encontro. Temperamento e QI independem da profissão ou do esporte que a gente escolhe. Não fosse assim a gente diria que todo presidente dos Estados Unidos é inteligente, e, no entanto, quem diria.

Não tenho a menor vontade de conhecer o Havaí, não saberia diferenciar uma parafina de um sabonete e tenho trauma de tatuíra. O desagravo, portanto, vai em nome dos diversos surfistas que conheço que são leitores vorazes, não escutam apenas Foo Fighters e, se não conhecem mais de oito palavras, é em russo. No inglês, frances e espanhol, até que se viram direitinho. Aliás, Gustavo Kuerten, pelo pouco que sei, não me parece um idiota, e não é jogando xadrez que ele descansa do tênis.

Piadinhas, tudo bem, mas preconceito já perdeu a graça.

III Circuito Renner de Surf (1987)

(Matéria da Revista Fluir | Nº 20 | Ano 4 | Maio 1987 | Pág. 104)
3º Circuito Gaúcho de Verão: em Torres, a Consagração de Mancuso

O Circuito Renner é o principal acontecimento do calendário surfístico no verão. Com o patrocínio das Lojas Renner e Lee, organização da Federação Gaúcha de Surf e apoio das prefeituras das praias onde rolaram as três etapas (Atlântida, Tramandaí e Torres), o evento deste ano reuniu atletas de todo o Estado, do Cassino à Torres, provando que o surf gaúcho, assim como no resto do país, cresce a cada ano, a cada mês, a cada competição. O reflexo desta situação fica evidente no desempenho dos surfistas na água, melhorando de evento para evento.

Houve divisão com as seguintes categorias: bodyboard (masculino e feminino), mirim, master, amador e semi-profissional. Como não existe ainda a categoria profissional no Circuito, os prêmios restringiram-se a passagens aéreas, sendo o principal prêmio a passagem para o Hawaii que foi concedida ao campeão da categoria semi-pro. Antes de falar sobre a última e decisiva etapa de Torres, uma geral no que foram as duas primeiras etapas do Circuito.

1ª Etapa: Atlântida, de 9 a 11 de janeiro

A abertura do Circuito contou com um público razoável a bom para assistir as manobras dos melhores surfistas do estado. Cerca de 180 atletas correram nesta etapa, bastante prejudicada pelas más condições do mar na maior parte do tempo (bastante mexido, sem pico definido e com ondas sem força, a maioria com dois pés). As condições melhoraram bastante após a chuva da tarde de domingo, o que trouxe séries bem mais constantes para as finais, com ondas de três pés, fortes e extensas em ambos os lados do pier (o campeonato rolou no lado esquerdo). Aproveitando estas boas ondas, Giovanni Mancuso matou a categoria semi-pro ficando Roberto Wolf em segundo. Nas outras categorias os resultados foram: bodyboard masculino, José Roxo em primeiro e José Rodrigues em segundo; bodyboard feminino, Tanira Guimarães campeã e Márcia Barbosa vice; Sandro Neto e Nick Barcellos ficaram com as duas primeiras colocações na mirim; na master, Edu Coufal em primeiro e Alê Guerreiro em segundo e na amador, em disputa acirrada e de altíssimo nível, Eduardo Luz surfou mais e surpreendeu Arthur Johanpeter, sagrando-se campeão da categoria.

2ª Etapa: Tramandaí, de 30 de janeiro a 1 de fevereiro

Mar novamente ruim para a segunda etapa do Circuito, desta vez realizada ao lado do pier de Tramandaí. As ondas um pouco mais fortes do que as de Atlântida, mas bastante pequenas e sem pico definido. O melhor mar desta etapa pintou no domingo de manhã (novamente após uma chuva), mas no decorrer do dia não manteve as mesmas condições, prejudicando o desempenho dos competidores nas finais. O campeão semi-pro desta etapa foi Felipe Silveira, o Felipinho, recém chegado de bom resultado no OP Pro (9º lugar), com Roberto Wolf novamente na segunda posição. Marcos Bozovian e Marcelo Teruskin ficaram em primeiro e segundo no bodyboard masculino, enquanto Tanira Guimarães e Andréa Rocha foram campeã e vice no feminino. Na categoria mirim novamente deu Sandro Neto, ficando a segunda colocação para Rogério Duarte. Na master, Caio Barcellos e Edu Coufal foram os dois primeiros colocados e, na amador, o título máximo ficou para Rafael Cirne Lima, ficando Marcelo Maciel em segundo.

3ª Etapa: Torres, de 6 a 8 de fevereiro

A única etapa que não foi realizada ao lado de um pier, mas sim ao lado direito dos molhes de pedra que entram no mar acompanhando o rio Mampituba (limite natural entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina). O mar, entretanto, não estava diferente das duas primeiras etapas: Bastante mexido, com ondas gordas e sem força, poucas vezes apresentou condições para a realização de um campeonato. Azar, pois estava em jogo nesta etapa o título máximo: campeão do 3º Circuito Renner. Mesmo assim, foi a etapa que teve o maior número de participantes (aproximadamanente 230) e bom público torcendo na praia.

No bodyboard masculino José Toniolo, até então em terceiro no ranking, ganhou a etapa e também o Circuito, provando que a regularidade é fundamental quando se corre um campeonato dividido em etapas. No feminino, a campeã em Torres foi Patrícia Ritter, ficando Cândida Coelho em segundo, mas quem ficou com o título máximo foi Didi Menezes, terceira nesta etapa e finalista nas duas anteriores. Na categoria mirim, uma das maiores revelações do surf gaúcho, Sandro Neto, foi o campeão mais uma vez, o único atleta a vencer as três etapas do Circuito. Enquanto isso, na Master, Edu Coufal comprovou seu talento ao conquistar também esta última etapa e com ela o título de campeão no geral. Na amador, o grande destaque foi Marcelo Maciel, em segundo no geral antes da última etapa, que surfou demais em seu pico de origem e levantou a etapa e a passagem para o Peru reservada ao campeão do Circuito. Luciano Regert foi vice nesta etapa e ficou com a segunda colocação no geral.

Na categoria semi-pro, em disputa uma passagem para o Hawaii. Na batalha, três nomes com boas chances: Roberto Wolf (em primeiro), Felipe Silveira e Giovanni Mancuso (ambos dividindo a segunda colocação). Roberto caiu na semi final numa bateria com Frida e Giovanni, perdendo assim as chances de ser o campeão, pois seus dois rivais mais diretos garantiram vaga na bateria final. Giovanni e Felipinho fariam a briga pela passagem. Na hora da bateria cair n'água, desaba o maior desaba o maior toró. Sem visibilidade nenhuma e com poucas ondas, Giovanni consegue ser mais oportunista que o consistente Felipinho, escolhendo e trabalhando melhor as ondas.
No resultado, Giovanni campeão e Felipinho vice, dois surfista amadores do Imbé que se encontram em vertiginosa ascenção. Resultado justo, portanto.

Resultados:

Mirim
1º - Sandro Neto (300pts) - Passagem Recife
2º - Adrian Trias (227,61pts) - Passagem Rio

Master
1º - Edu Coufal (290pts) - Passagem Salvador
2º - Alê Guerreiro (252,90pts) - Prancha

Amador
1º - Marcelo Maciel (255,90pts) - Passagem Peru
2º - Luciano Regert (205,96pts) - Passagem Natal
3º - Paulo Buarque (189,67pts) - Passagem Recife
4º - Rafael Cirne Lima (184,48pts) - Passagem Salvador

Semi-pro
1º - Giovanni Mancuso (265,61pts) - Passagem Hawaii
2º - Felipe Silveira (255,61pts) - Passagem Califórnia
3º - Roberto Wolf (245,61pts) - Passagem México
4º - Ricardo Coufal (212,22pts) - Passagem Peru

BBoard Masculino
1º - José Toniolo (247,61pts) - Passagem Rio
2º - Marcos Bozovian (238,51pts) - Bodyboard

BBoard Feminino
1º - Didi Menezes (227,61pts) - Passagem Rio
2º - Andréa Rocha (221,22pts) - Bodyboard

Texto e fotos: Marcelo Ruschel

segunda-feira, 4 de abril de 2005

Surf x Pesca (em 1985)

(Jornal Zero Hora - Fevereiro de 1985)

Segue a matéria na íntegra, com seu texto original:

Surfistas continuam ignorando pescadores

A briga entre pescadores e surfistas da plataforma de Tramandaí tende a cair no vazio. Primeiro porque se prolonga há muitos anos, depois, porque os surfistas não estão nem aí com a grita dos pescadores. Continuam praticando seu esporte no local onde as ondas quebram com mais força.

Ontem, a turma de surfistas era grande. Todos riam da pretenção dos pescadores em delimitar uma área de cem metros em torno da plataforma somente para eles, apesar de reconhecerem o perigo que representa surfar junto às linhas e anzóis. Na verdade, afirmavam, dificilmente haverá uma interdição, até porque já existe uma determinação da Capitania dos Portos, proibindo a prática do surf até 200 metros da plataforma. Mas ninguém olha para a velha placa.

"Entendemos a preocupação dos pescadores, mas esta intenção deles é só para dar trabalho para a polícia. A gente pode entrar aqui e sair 100 metros adiante", diz Giovanni Mancuso, 21 anos, residente em Porto Alegre, há muitos anos surfista reconhecido. "podem proibir que não vai adiantar nada". A opinião de todos era uma só: nada de atritos, e sim espaços para todos no mar. "Dá para conviver perfeitamente, é só querer. O mar não tem dono..."

Surfistas diplomados

(Revista Veja | Agosto | 2001)
A comunidade dos praticantes do surfe tem executivos, cientistas, médicos e outros profissionais bem-sucedidos. Veja alguns exemplos:

Craig Venter
O geneticista californiano de 58 anos é presidente do laboratório Celera Genomics, a empresa que decifrou o código genético humano. Além de ser famoso pelo projeto Genoma, o ex-surfista é conhecido por sua personalidade agressiva.

Kary Mullis
O vencedor do Prêmio Nobel de Química em 1993 continua perto das ondas. Mesmo aos 58 anos, Kary surfa com freqüência. Ele foi premiado por desenvolver o método PCR, que é capaz de multiplicar infinitas amostras de DNA. É um cientista polêmico: garante que a camada de ozônio não está diminuindo e que o HIV não provoca a Aids.

Marcelo Lacerda
Um dos pioneiros da internet no Brasil, Lacerda idealizou o portal Zaz (comprado pelo Terra). Aos 43 anos, enfrenta uma rotina pesada como presidente do Terra Networks, mas não deixa de surfar quase todos os fins de semana no litoral paulista.

Novo critério de julgamento

Versão 2005 - ASP

O novo critério já está valendo para todos os eventos de 2005.

As mudanças são o resultado de um processo de "maturação" de um ano, supervisionado pelo Head Judge da ASP, Perry Hatchett. Ele reflete as performances de ponta e captura o espírito do freesurf, que é a essência do esporte.

Usando como laboratório as expression sessions e o evento experimental organizado por Kelly Slater em Fiji, Perry e os demais membros da equipe tácnica da ASP, incluindo os próprios surfistas, deram uma flexibilizada no critério, beneficiando o surf progressivo e introduzindo um sistema de bonificação baseado na demonstração de variedade no repertório de manobras e na técnica de emendar uma manobra na outra, na parte crítica da onda, com fluidez, estilo e velocidade.

"O surfista deve executar, com controle, manobras radicais, na parte mais crítica da onda, com velocidade, força e fluidez para buscar a pontuação máxima. A criatividade e o surf progressivo bem como variedade de repertório (manobras), serão levados em consideração no momento da pontuação das ondas contadas.

O surfista que utilizar este critério com o maior grau de dificuldade e determinação nas ondas deverá receber as maiores notas."

Para quem quiser ler a versão original - sem a minha "tosca" tradução, vá até o site da ASP -> Media Guide -> Judging Criteria.

Boas ondas.